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Tidsoptimista: por que algumas pessoas estão sempre atrasadas

Termo define a pessoa que acredita ter mais tempo do que realmente possui e, por isso, vive constantemente atrasada

Por Claudia Molinna

Você já conheceu alguém que, por mais bem-intencionada que pareça, nunca consegue chegar na hora certa? Existe um termo sueco que explica esse comportamento: tidsoptimista. Ele define a pessoa que acredita ter mais tempo do que realmente possui e, por isso, vive constantemente atrasada. Não é apenas descuido, mas uma percepção otimista e ilusória do tempo.

O tidsoptimista pensa que consegue se arrumar em dez minutos, atravessar a cidade em quinze ou encaixar uma última tarefa antes de sair. Vive como se o relógio fosse elástico, acreditando que tudo pode ser feito com sobra de tempo. O resultado é previsível, com atrasos frequentes, estresse acumulado e relações desgastadas pela falta de pontualidade.

A psicologia mostra que essa característica não é apenas cultural. Algumas pessoas têm, realmente, dificuldade em avaliar a duração real das tarefas e se concentram mais no presente imediato do que no planejamento futuro. Esse otimismo exagerado pode até parecer encantador à primeira vista, mas gera consequências sérias como compromissos perdidos, perda de credibilidade e sensação de culpa constante.

Identificar-se como tidsoptimista não precisa ser uma sentença permanente. Existem estratégias para quebrar esse ciclo: calcular o dobro do tempo necessário, criar lembretes antecipados, simplificar a agenda e aprender a dizer “não” quando já não cabe mais nada no dia. São pequenas mudanças que trazem uma diferença enorme.

Assim, quando o excesso de otimismo se transforma em atraso crônico, deixa de ser leveza e passa a ser peso. Reconhecer essa tendência é o primeiro passo para resgatar a pontualidade, o respeito e a tranquilidade.

CÂMARA APROVA PROJETO QUE COMBATE A ADULTIZAÇÃO DIGITAL DE CRIANÇAS

A Câmara dos Deputados aprovou recentemente o Projeto de Lei conhecido como ECA Digital, voltado a enfrentar a chamada adultização digital. O termo se refere à exposição precoce de crianças e adolescentes a conteúdos, pressões e ambientes destinados a adultos, algo cada vez mais comum nas redes sociais.

O texto aprovado obriga as plataformas digitais a adotar mecanismos de proteção mais rigorosos. Entre eles, destacam-se sistemas de verificação de idade mais confiáveis, o fortalecimento do controle parental e a responsabilidade das empresas em impedir que menores tenham acesso a pornografia, jogos de azar, violência, publicidade abusiva e outras formas de exploração.

Outro ponto importante é a possibilidade de remoção imediata de conteúdos prejudiciais, sem necessidade de decisão judicial, quando houver denúncia de familiares, Ministério Público ou entidades de defesa dos direitos da criança. Além disso, o projeto prevê multas que podem chegar a R$ 50 milhões, bem como a suspensão de atividades de plataformas que descumprirem as regras.

A proposta surge em meio a crescente preocupação com casos de exposição e exploração infantil em ambientes digitais. A aprovação sinaliza um esforço legislativo para atualizar o Estatuto da Criança e do Adolescente, estendendo sua proteção ao mundo virtual.

SENADO GARANTE ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA O DIREITO DE DEIXAR AUDIÊNCIA NA PRESENÇA DO AGRESSOR

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou uma medida que deveria ser óbvia, mas que só agora foi transformada em regra: mulheres vítimas de violência doméstica terão o direito de se levantar e deixar a audiência judicial, caso o agressor esteja presente.

O relatório da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) destaca que “o contato visual da agredida com o agressor pode causar medo, humilhação e vergonha”. Situação que, na prática, revitimizava milhares de mulheres em salas de audiência, onde o ambiente deveria oferecer segurança, mas frequentemente gerava ainda mais trauma.

Trata-se de um passo simbólico e concreto em reconhecer que a justiça não pode se limitar a processos e papéis, mas precisa considerar a experiência emocional da vítima. Durante décadas, mulheres foram obrigadas a suportar a presença física de quem as feriu, em nome de uma formalidade processual que ignorava o impacto psicológico desse encontro forçado.

A nova medida corrige essa lacuna. Ao permitir que a vítima se retire, reafirma-se que a dignidade e o bem-estar da mulher estão acima de qualquer ritual jurídico. Mais que um detalhe, é a prova de que o sistema legal pode e deve evoluir para humanizar seus procedimentos.