Moraes ordenou prisão "sem utilização de algemas" e com "respeito à dignidade" de Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) por descumprimento de medida cautelar e necessidade garantia da ordem pública
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro “sem a utilização de algemas e sem qualquer exposição midiática”, observando “todo o respeito à dignidade do ex-presidente da República”. O político foi preso na manhã deste sábado (22/11) por descumprimento de medida cautelar e necessidade garantia da ordem pública.
A prisão ocorre na reta final do julgamento da trama golpista, mas foi determinada após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar, na noite de sexta-feira (21), uma vigília em frente ao condomínio do pai para a noite deste sábado. Para a Polícia Federal e para o Supremo, o ato poderia colocar em risco a vida de todos os envolvidos, inclusive, das forças policiais, além de acirrar a polaridade política.
A Polícia Federal chegou ao condomínio de Bolsonaro, em Brasília, por volta das 6h, e deixou o local cerca de meia hora depois. O ex-presidente foi levado diretamente para a Superintendência da PF e ficará em uma “sala de Estado”.
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto por causa de uma investigação sobre a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, suspeito de coagir a Justiça ao atuar nos Estados Unidos por sanções contra autoridades brasileiras. À época, o ex-presidente usou as redes sociais de aliados para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
Condenado pelo STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado em setembro a 27 anos e três meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por liderar uma trama golpista para se manter no poder mesmo após derrota nas urnas em 2022. Outros sete aliados foram condenados no mesmo grupo de denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na última sexta-feira (21), a defesa havia pedido ao STF a concessão a concessão de uma "prisão domiciliar humanitária” como uma alternativa ao cumprimento da pena em regime fechado. A solicitação foi apresentada após a publicação do acórdão que rejeitou embargos do condenado. O prazo para apresentação de novos recursos termina na semana que vem.