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Brasil soma 37 casos de sarampo neste ano e reforça vacinação em meio à alta no continente

Na última segunda-feira, 10, as Américas perderam a certificação de região livre de sarampo

Por Agência Brasil

Desde janeiro, foram notificados 12.596 casos confirmados de sarampo em dez países do continente americano

Apesar de continuar livre da circulação endêmica do vírus do sarampo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Brasil registrou 37 casos da doença em 2025. Na última segunda-feira, 10, as Américas perderam a certificação de região livre da enfermidade.

De acordo com o Ministério da Saúde, os casos foram confirmados em Tocantins (25), Mato Grosso (6), Rio de Janeiro (2), Distrito Federal (1), Maranhão (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (1) e todos foram caracterizados como importados ou relacionados à importação, sem comprometer a certificação nacional.

Os primeiros reportes ocorreram em março, quando duas crianças de uma mesma família foram diagnosticadas em São João de Meriti (RJ). As autoridades conseguiram interromper a circulação do vírus rastreando contatos e reforçando a vacinação. "O mesmo ocorreu no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Distrito Federal", diz o ministério.

Poucos meses depois, em julho, quatro brasileiros residentes em Campos Lindos (TO) retornaram da Bolívia infectados por sarampo, o que ocasionou a infecção de outras 25 pessoas, sendo 22 pertencentes a uma comunidade com baixa adesão à vacinação. O caso confirmado em Carolina (MA) teve contato com membros dessa comunidade.

Já em Primavera do Leste (MT) foram confirmados seis casos, sendo que quatro desses pacientes estiveram na Bolívia e retornaram doentes, informa a pasta. Outros dois casos secundários foram confirmados, caracterizados como relacionados à importação.

Fronteiras e COP-30

O ministério afirma ter intensificado a vacinação contra o sarampo nos estados que fazem fronteira com a Bolívia, o Uruguai e a Argentina, além de ter doado mais de 640 mil doses da vacina ao governo boliviano. Desde janeiro, foram notificados 12.596 casos confirmados da doença em dez países do continente americano, 95% deles concentrados no Canadá, México e Estados Unidos. Foram registrados 28 óbitos: 23 no México, três nos Estados Unidos e dois no Canadá.

No Canadá, a Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita das Américas avaliou que a transmissão endêmica do vírus foi restabelecida, o que levou o continente a perder o status de região livre da doença.

"Estamos empenhados em evitar a reintrodução do vírus no País. Além das ações de vigilância, o Ministério da Saúde tem garantido o abastecimento de imunizantes em todos os estados", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em nota.

Em decorrência da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) e do alto fluxo de pessoas de diversos países no Estado do Pará, o ministério afirma ainda que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem intensificando a vacinação contra a doença na região desde o início do ano. Até o momento, segundo a pasta, cerca de 351 mil doses foram aplicadas na população local.

Vacinação

Em 2024, o Brasil alcançou 95,80% de cobertura para a primeira dose da tríplice viral e 80,43% para a segunda. Os dados de 2025 porém, apontam redução na cobertura: 91,51% na 1ª dose e 75,53% na 2ª.

A vacina contra o sarampo está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para pacientes de 12 a 59 anos e é a principal forma de prevenção contra a doença, que pode provocar pneumonia, encefalite, cegueira e morte.