Brasil soma 37 casos de sarampo neste ano e reforça vacinação em meio à alta no continente
Na última segunda-feira, 10, as Américas perderam a certificação de região livre de sarampo
Apesar de continuar livre da circulação endêmica do vírus do sarampo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Brasil registrou 37 casos da doença em 2025. Na última segunda-feira, 10, as Américas perderam a certificação de região livre da enfermidade.
De acordo com o Ministério da Saúde, os casos foram confirmados em Tocantins (25), Mato Grosso (6), Rio de Janeiro (2), Distrito Federal (1), Maranhão (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (1) e todos foram caracterizados como importados ou relacionados à importação, sem comprometer a certificação nacional.
Os primeiros reportes ocorreram em março, quando duas crianças de uma mesma família foram diagnosticadas em São João de Meriti (RJ). As autoridades conseguiram interromper a circulação do vírus rastreando contatos e reforçando a vacinação. "O mesmo ocorreu no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Distrito Federal", diz o ministério.
Poucos meses depois, em julho, quatro brasileiros residentes em Campos Lindos (TO) retornaram da Bolívia infectados por sarampo, o que ocasionou a infecção de outras 25 pessoas, sendo 22 pertencentes a uma comunidade com baixa adesão à vacinação. O caso confirmado em Carolina (MA) teve contato com membros dessa comunidade.
Já em Primavera do Leste (MT) foram confirmados seis casos, sendo que quatro desses pacientes estiveram na Bolívia e retornaram doentes, informa a pasta. Outros dois casos secundários foram confirmados, caracterizados como relacionados à importação.
Fronteiras e COP-30
O ministério afirma ter intensificado a vacinação contra o sarampo nos estados que fazem fronteira com a Bolívia, o Uruguai e a Argentina, além de ter doado mais de 640 mil doses da vacina ao governo boliviano. Desde janeiro, foram notificados 12.596 casos confirmados da doença em dez países do continente americano, 95% deles concentrados no Canadá, México e Estados Unidos. Foram registrados 28 óbitos: 23 no México, três nos Estados Unidos e dois no Canadá.
No Canadá, a Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita das Américas avaliou que a transmissão endêmica do vírus foi restabelecida, o que levou o continente a perder o status de região livre da doença.
"Estamos empenhados em evitar a reintrodução do vírus no País. Além das ações de vigilância, o Ministério da Saúde tem garantido o abastecimento de imunizantes em todos os estados", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em nota.
Em decorrência da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) e do alto fluxo de pessoas de diversos países no Estado do Pará, o ministério afirma ainda que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem intensificando a vacinação contra a doença na região desde o início do ano. Até o momento, segundo a pasta, cerca de 351 mil doses foram aplicadas na população local.
Vacinação
Em 2024, o Brasil alcançou 95,80% de cobertura para a primeira dose da tríplice viral e 80,43% para a segunda. Os dados de 2025 porém, apontam redução na cobertura: 91,51% na 1ª dose e 75,53% na 2ª.
A vacina contra o sarampo está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para pacientes de 12 a 59 anos e é a principal forma de prevenção contra a doença, que pode provocar pneumonia, encefalite, cegueira e morte.