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Facções e milícias atuam em bairros de 28,5 milhões de brasileiros, diz Datafolha

A presença de grupos criminosos foi relatada com maior intensidade em grandes centros urbanos, especialmente nas capitais e na região Nordeste

Por Diario de Pernambuco

Terceiro dia da Operação Ordo, na comunidade da Cidade de Deus

Cerca de 28,5 milhões de brasileiros afirmam viver em bairros dominados por organizações criminosas, de acordo com levantamento divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Datafolha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo a pesquisa, 19% da população relatou a presença de facções ou milícias em suas comunidades. O estudo foi realizado entre os dias 2 e 6 de junho, com entrevistas presenciais a 2.007 pessoas com 16 anos ou mais, em 130 cidades distribuídas por todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo.

Além de mapear o alcance territorial desses grupos, o questionário buscou compreender como os entrevistados percebem a atuação do crime organizado, bem como a frequência de assaltos, agressões e fraudes financeiras online.

A presença de grupos criminosos foi relatada com maior intensidade em grandes centros urbanos, especialmente nas capitais e na região Nordeste, segundo dados divulgados pelo Datafolha. O levantamento mostra que locais com mais de 500 mil habitantes concentram o maior número de relatos sobre a atuação de facções e milícias.

O estudo também revela disparidades sociais e raciais. Entre pessoas com renda de até dois salários mínimos (R$ 3.036), 19% afirmaram viver em áreas sob influência do crime organizado. Já entre os que recebem de cinco a dez salários mínimos (R$ 7.590 a R$ 15.180), esse índice ficou em 18%, de acordo com informações da Folha de S.Paulo.

A diferença é ainda mais evidente quando observada pela cor da pele: 23% das pessoas que se autodeclaram pretas relataram a presença do crime organizado em seus bairros, contra 13% da população branca.