Brasileiros confiam mais em igrejas do que no presidente, STF e Congresso, diz pesquisa Quaest
Divulgados nesta segunda-feira (8) pela Genial/Quaest, dados da pesquisa expõem o aumento da confiança nas igrejas e nas Forças Armadas
Uma pesquisa divulgada pela Genial/Quaest nesta segunda-feira (8) mostra que as igrejas, tanto a Católica quanto as evangélicas, estão entre as instituições que mais despertam confiança nos brasileiros, superando instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF), a Presidência da República e o próprio Congresso Nacional.
De acordo com o levantamento, 73% dos entrevistados afirmam confiar na Igreja Católica, enquanto apenas 25% dizem não confiar, resultando em um saldo positivo de +48 pontos percentuais, o maior entre todos os setores avaliados. As igrejas evangélicas também aparecem em destaque, com 65% de confiança contra 32% de desconfiança.
Em entrevista ao Diario de Pernambuco, o CEO da Quaest Pesquisa, Felipe Nunes, destacou que a assimetria de deve a três fatores, sendo o primeiro a Proximidade Social: "igrejas oferecem pertencimento e apoio regular no território (bairro/comunidade), o que sustenta confiança mesmo em crise".
Já o seguro seria o “Ordem” vs. “processo”, uma vez que "fé e força são associadas a valores de ordem e proteção; Congresso/STF/Presidência operam em arenas de conflito e negociação, onde o 'resultado' é difuso e a frustração é mais visível".
Por fim, Nunes pontua que e a "polarização e campanhas de deslegitimação elevam o custo reputacional das instituições políticas, enquanto redes reforçam viés de confirmação - ampliando o ceticismo sobre a política institucional".
A Polícia Militar e as Forças Armadas seguem logo atrás, com níveis de confiança elevados: 71% e 70%, respectivamente, ambos com saldo positivo superior a +40 pontos.
Quando o assunto envolve a política institucional, os números caem. A Presidência da República e a imprensa registraram índices idênticos, com 54% de confiança contra 44% de desconfiança. O Supremo Tribunal Federal (STF) aparece ainda mais dividido, com 50% de confiança e 47% de desconfiança.
"É um patamar elevado de desconfiança, mas há saldo positivo para a imprensa (54% confiam x 44% não). Num ambiente de redes onde 57% dizem não confiar, a imprensa segue funcionando como âncora de verificação - porém sob fogo cruzado de narrativas polarizadas. O recado é duplo: há espaço para fortalecer transparência editorial e educação midiática, mas também para valorizar o jornalismo profissional como antídoto à desinformação", avalia Felipe Nunes.
Já o Congresso Nacional registrou mais desconfiança do que confiança. No Legislativo são 52% que não confiam contra 45% que confiam.
Partidos políticos com menos confiança do que juíz de futebol
Na visão dos brasileiros, os partidos políticos são as instituições menos confiáveis do país e ficam atrás até dos juízes de futebol. Segundo a Genial/Quaest, 63% da população não confia nas siglas, contra 36%. Por outro lado, 52% desconfiam dos árbitros de futebol e 43% confiam.
Na base do ranking estão as redes sociais. Apenas 41% dos brasileiros dizem confiar nos conteúdos vinculados nestas plataformas, enquanto 57% não confiam, resultando em saldo de -16 pontos.