Homem é preso por deixar mala com corpo de mulher em rodoviária; suspeito já havia sido condenado por matar a mãe
O feminicídio mais recente teve como vítima a namorada de Ricardo, que trabalhava como manicure
O publicitário Ricardo Jardim, de 65 anos, foi preso preventivamente na madrugada desta sexta-feira (5) suspeito de deixar uma mala com o tronco de uma mulher na rodoviária de Porto Alegre (RS). O crime ocorreu em 20 de agosto deste ano, mas ele já havia sido condenado em 2018 a 28 anos de prisão pelo assassinato da própria mãe, ocorrido em 2015.
Da pena, 27 anos deveriam ser cumpridos em regime fechado e um ano em regime aberto ou semiaberto. Apesar de ter conseguido progressão de regime, Jardim estava foragido até ser localizado nesta sexta-feira.
O feminicídio mais recente teve como vítima a namorada de Ricardo, que trabalhava como manicure. A polícia acredita que o crime teve motivação financeira, já que o suspeito teria tentado usar os cartões de crédito da mulher. De acordo com a investigação, o corpo foi desmembrado: braços e pernas foram descartados em sacolas de lixo no bairro Santo Antônio, Zona Leste de Porto Alegre, em 13 de agosto, em um local sem movimento e sem câmeras de segurança.
O tronco da vítima foi deixado em uma mala na rodoviária em 20 de agosto, um espaço de grande circulação de pessoas e monitorado por câmeras, onde Ricardo foi visto. O Instituto-Geral de Perícias confirmou a identidade da vítima por meio de teste de DNA.
De acordo com o g1, o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, disse que Jardim tinha conhecimento técnico para cortar o corpo e demonstrava elevado grau de organização e capacidade criminosa. Ele escolheu um local monitorado para deixar o tronco e tomou precauções, usando luvas, óculos, boné e máscara, mas ainda assim chamou atenção, o que, para a polícia, indica que ele queria se expor de certa forma.
Souza afirmou que o crime foi cometido com a intenção de afrontar a sociedade e a polícia. A investigação também aponta a possibilidade de um terceiro ato, envolvendo o crânio da vítima, que ainda não foi localizado, e o suspeito não informou seu paradeiro.