Suape oficializa operações de bunker no Porto
Em parceria com a Dislub e a Ultracargo, o serviço já em funcionamento, estimula a competitividade do atracadouro pernambucano e do Nordeste
O Porto de Suape, a Ultracargo e a Dislub, do grupo GDE - Grupo Dislub Equador, formalizaram nesta sexta-feira (30), a parceria que viabilizou o início das operações de bunker (óleo combustível marítimo). Já em funcionamento, a nova modalidade de abastecimento permite que o peso, que antes era reservado nas embarcações para carregar combustíveis, passe a ser utilizado para transportar mercadorias, reduzindo custos e otimizando a logística das rotas comerciais.
Com o novo serviço de abastecimento operando desde o dia 12 de julho, o Porto de Suape consegue reduzir os custos e agilizar o tempo das viagens, estimulando a competitividade no Complexo e também no Nordeste. O bunker possibilita que navios não precisem mais trazer seu próprio combustível para o abastecimento, que assegura o cumprimento das rotas comerciais.
São quatro tanques com capacidade para 10 mil m3 cada um, somando 40 mil m3 de armazenagem do combustível disponibilizado pela Ultracargo. O produto é bombeado a partir do terminal da Ultracargo localizado no Porto de Suape para uma barcaça no Píer de Granéis Líquidos (PGL) 1.
Infraestrutura
O Diretor-presidente do Complexo Portuário de Suape, Marcio Guiot, explica que a dragagem do canal externo do Porto, concluída em abril deste ano, possibilitou mais profundidade para que os navios pudessem carregar e o bunker viabiliza ainda que esses navios possam abastecer. São duas operações que se completam. “É importante a gente oferecer esse serviço até para garantir as escalas. Esse é um dos problemas que a gente teve no passado de lidar com muitas omissões. Se o navio tiver aqui a previsão de abastecer, ele já não pode omitir Suape por uma questão natural de abastecimento do próprio navio”, destaca.
Ainda de acordo com Marcio, a nova operação foi essencial para a viabilização dos serviços da MSC, líder global em transporte de contêineres, que iniciarão as operações em setembro deste ano em Suape. O navio da empresa vai atracar apenas em dois portos no Brasil, em Salvador e Suape.
Expansão do Porto
O Complexo Portuário de Suape está trabalhando para o seu processo de expansão. A expectativa do Porto é de que, no próximo ano, o Complexo seja expandido para os cais 6 e 7. Atualmente, funcionam no atracadouro cinco cais internos. “Isso tem a ver com a jornada que a gente abriu essa semana de apresentar Suape para o agro oficialmente no Centro-Oeste. A vocação dos cais 6 e 7, através de estudos que nós fizemos com a Infra.S.A. é fomentar a atividade do agro aqui em Suape”, conclui Marcio.
Mais competitividade
Com o serviço, o Complexo Portuário de Suape se torna mais atrativo, podendo viabilizar a vinda de novas rotas comerciais para o Porto. Em relação ao aumento de receita para o Complexo, ainda não é possível estimar dados. Na parceria, a Dislub comercializa o combustível e a Ultracargo armazena o produto nos tanques.
O vice-presidente executivo da Ultracargo, Helano Pereira Gomes, ressalta que a parceria firmada com a Dislub vai refletir também na economia para o consumidor final. “A logística se torna mais eficiente. Com um frete marítimo muito mais barato, isso vai refletir no custo final do produto que nós como consumidores compramos no dia a dia nos supermercados, nas lojas de um modo geral”, afirma, explicando ainda que o bunker também traz benefícios ambientais, pois antigamente, o navio que vinha para Suape abastecia fora do Brasil e chegava carregado com menos cargas e mais bunker, jogando mais emissões na atmosfera.
O Diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da Dislub, Leonardo Cerquinho, conta que desde o início das operações, já foram vendidas 4 mil toneladas de combustível em cerca de 20 dias de funcionamento. “Percebemos especialmente o interesse muito grande das empresas de cabotagem, porque a gente realmente está buscando dar um serviço diferenciado, deixando a barcaça esperando por eles quando eles chegam. O custo de uma diária de navio parada é muito caro. Então ele não pode ficar esperando abastecimento”, disse.
Novas demandas
Leonardo conta ainda que Suape recebe 1.500 navios por ano, que a Dislub já consegue abastecer internamente por meio de barcaças (onshore), porém há uma demanda externa. “Existe uma demanda de 30 mil navios por ano que passam por Suape, mas não entram. Estamos buscando estruturar uma operação de abastecimento offshore, que vai precisar de um navio. É mais complexo e precisa de maiores cuidados com questões ambientais”, afirma. A nova operação, de acordo com o diretor da Dislub, deve começar apenas no próximo.