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The Fevers abre turnê dos 60 anos de estrada com show no Recife

Com repertório que embalou novelas e festas, The Fevers reencontra o público recifense neste sábado, no Teatro RioMar, em uma noite que celebra 60 anos de estrada

Por Allan Lopes

The Fevers retorna ao Recife em show comemorativo de 60 anos

Sintonizar o rádio na virada dos anos 1960/1970 era garantia de música de qualidade. As paradas eram dominadas por nomes como Roberto Carlos, Chico Buarque, Elis Regina e Tim Maia. Foi nesse cenário disputado que o The Fevers, um grupo de jovens no Rio de Janeiro que já estava na estrada desde 1965, despontou de forma meteórica com Mar de Rosas, a versão em português de (I Never Promised You A) Rose Garden, iniciando uma coleção de sucessos que atravessa gerações. Uma das bandas brasileiras mais longevas, o quinteto celebra seis décadas de trajetória com o show 60 Anos de Sucesso, que faz sua estreia nacional neste sábado, (18), às 20h, no palco do Teatro RioMar.


A escolha do Recife para dar início à turnê é um reconhecimento da importância da cidade na história do The Fevers. No começo da carreira, as apresentações se concentravam no Rio de Janeiro, tamanha era a demanda por lá. Quando a banda finalmente começou a viajar pelo Brasil, a capital pernambucana foi a primeira parada. Durante anos, Recife serviu como base para as turnês de verão pelo Nordeste, com o grupo sempre hospedado no antigo Hotel Boa Viagem e saindo dali para rodar a região.


Mais do que uma conexão afetiva, Pernambuco pulsa no sangue dos Fevers. Os ex-vocalistas Almir Bezerra e Michael Sullivan, além do saudoso Augusto César, são naturais do estado. “A opção pelo Recife para o primeiro show foi uma decisão unânime. É sempre um prazer enorme voltar”, afirma Luiz Cláudio, integrante da formação que levou a banda ao estrelato em 1971, em conversa com o Viver.


Naquele ano emblemático, o então septeto — formado pelo próprio Luiz Cláudio no vocal, Almir (voz e guitarra), Cleudir Borges (teclados), Lécio do Nascimento (bateria), Liebert Ferreira (baixo), Miguel Plopschi (saxofone) e Pedro da Luz (guitarra) — lançaria nada menos que dois álbuns no embalo do estrondoso sucesso de Mar de Rosas. “Essa, sem dúvida, é a nossa marca registrada. Até hoje, nenhuma outra canção chegou tão perto em termos de impacto”, aponta o cantor.


Na sequência, o The Fevers consolidou seu reinado nos bailes brasileiros com uma série de hits atemporais. Vem Me Ajudar, Por Causa de Você e Agora Eu Sei se tornaram hinos de uma geração. A banda ainda conquistou as primeiras colocações nas paradas com aberturas de novelas marcantes, como Elas por Elas (1982) e Guerra dos Sexos (1983), explicando, em parte, sua impressionante longevidade. “Em uma trajetória de 60 anos, é natural passar por perdas pelo caminho. Fomos mantendo o ritmo, acompanhando as mudanças, mas sem perder a essência”, explica Luiz Claudio.


Ele e Liebert, últimos remanescentes da era de ouro, dividem o palco com Rama (guitarra), Otávio Monteiro (bateria) e Cláudio Mendes (teclado). No repertório, é claro que constam os clássicos que fizeram história, além das pérolas da série Década Explosiva, que reúne sucessos nacionais e internacionais originalmente fora do repertório do grupo em uma verdadeira festa da saudade, do tempo que passou, mas que ainda ressoa vivo em nossos ouvidos.