COLUNA
Divórcio cinza: um fenômeno crescente entre os maiores de 50 anos
O divórcio cinza destaca mudanças nas dinâmicas familiares e sociaisPublicado em: 15/01/2025 11:50 | Atualizado em: 15/01/2025 12:01
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Foto: Freepik |
O divórcio cinza se refere ao aumento das separações entre casais com mais de 50 anos. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, atualmente, cerca de 30% dos divórcios ocorrem nessa faixa etária, um salto significativo em relação aos menos de 10% registrados em 2010.
Vários fatores contribuem para esse fenômeno. O aumento da expectativa de vida, por exemplo, permite que indivíduos repensem suas relações e busquem satisfação pessoal em fases mais avançadas da vida. Além disso, o empoderamento feminino e a independência financeira das mulheres desempenham um papel crucial, permitindo que elas tomem decisões autônomas sobre seus relacionamentos.
A saída dos filhos de casa, conhecida como síndrome do ninho vazio, também pode levar os casais a reavaliar suas conexões emocionais. Com menos responsabilidades familiares, muitos percebem que não compartilham mais os mesmos objetivos ou interesses, optando pela separação em busca de realização pessoal.
É importante notar que o tempo médio entre o casamento e o divórcio tem diminuído. Em 2010, esse intervalo era de aproximadamente 16 anos, reduzindo para cerca de 13,8 anos em 2022. Isso reflete uma mudança na percepção do casamento e na disposição dos indivíduos em buscar felicidade e satisfação pessoal, mesmo após décadas de união.
O divórcio cinza destaca mudanças significativas nas dinâmicas familiares e sociais, evidenciando a crescente valorização do bem-estar individual e a busca por relacionamentos mais satisfatórios, independente da idade.
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Foto: stockking/Freepik |
Minas Gerais proíbe imagens degradantes de mulheres em banheiros de comércios
Uma nova lei sancionada em Minas Gerais busca combater a exposição de imagens degradantes de mulheres em banheiros de estabelecimentos comerciais. A medida é um marco no enfrentamento à objetificação feminina, especialmente em espaços públicos, reforçando a necessidade de ambientes respeitosos e livres de conteúdos, que perpetuem estereótipos ou conotações sexuais.
A legislação, que exige que os banheiros de bares, restaurantes e outros estabelecimentos estejam livres de representações que possam sexualizar ou desumanizar as mulheres, reflete um avanço na luta pela igualdade de gênero. A proibição abrange caricaturas, fotografias, frases ou qualquer outro tipo de material que possa constranger ou reforçar estigmas.
Esse movimento legislativo é mais uma resposta à crescente conscientização sobre o impacto que mensagens visuais e culturais têm no fortalecimento de preconceitos e discriminações. Estudos indicam que a exposição contínua a imagens degradantes contribui para a naturalização do machismo, afetando tanto a autoestima feminina, quanto a percepção coletiva sobre o papel das mulheres na sociedade.
Além de promover um ambiente mais inclusivo e respeitoso, a nova lei também busca educar os proprietários de estabelecimentos comerciais sobre a importância de práticas que respeitem a dignidade humana. Aqueles que descumprirem a norma podem enfrentar penalidades, incluindo multas e, em casos de reincidência, a suspensão temporária das atividades.
A iniciativa de Minas Gerais é um exemplo a ser seguido por outros estados, promovendo mudanças culturais que impactam positivamente tanto as relações sociais quanto o bem-estar das mulheres. A sanção dessa lei reforça a necessidade de um olhar mais atento para a forma como a comunicação visual influencia a construção de uma sociedade mais igualitária.
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Foto: Freepik |
Novo relatório do Código Eleitoral propõe 20% das vagas no Legislativo para mulheres
Um novo relatório sobre o Código Eleitoral está em discussão no Congresso Nacional e inclui uma proposta histórica: reservar 20% das cadeiras no Legislativo exclusivamente para mulheres. A medida busca enfrentar o desequilíbrio de gênero na política brasileira, onde a representatividade feminina continua muito aquém do ideal. Atualmente, mulheres ocupam apenas 17,7% das vagas na Câmara dos Deputados e 14,8% no Senado, números que estão entre os mais baixos da América Latina.
A proposta estabelece uma cota fixa de cadeiras para mulheres em todas as instâncias legislativas — municipais, estaduais e federais. A intenção é ir além das cotas de candidatura, que obrigam os partidos a inscreverem pelo menos 30% de mulheres nas eleições, mas que frequentemente não se traduzem em maior representação nos mandatos. Com a nova regra, garante-se que as mulheres terão espaço efetivo, independentemente do desempenho das candidaturas masculinas.
Os defensores da medida argumentam que ela é necessária para corrigir desigualdades históricas e permitir que as mulheres participem de maneira mais ativa na elaboração de políticas públicas. Críticos, no entanto, apontam para possíveis dificuldades na implementação, além de questionar se a cota pode gerar distorções no processo eleitoral.
Se aprovada, a proposta representará um marco para a democracia brasileira, alinhando o país às tendências globais de promover maior igualdade de gênero na política. A medida não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia para enriquecer os debates legislativos com a diversidade de perspectivas e experiências.
Tal proposta de reservar 20% das vagas no Legislativo para mulheres foi apresentada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), por meio de emendas ao projeto do novo Código Eleitoral. Essas emendas foram incorporadas ao relatório do senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.