Pernambucana compartilha experiência de estudar cinema em Los Angeles

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Uma temporada intensa está começando em Hollywood nesta primeira semana de dezembro, com listas e premiações prestes a serem divulgadas. Mas Los Angeles é movimentada o ano inteiro com projetos de distintos tamanhos e possibilidades criativas para jovens que buscam construir carreira no cinema ou mesmo aperfeiçoar seus estudos com experiências práticas no set. Uma delas é a pernambucana Geovana Pimentel, 26 anos, formada em cinema pela Universidade Federal de Pernambuco e que sempre sonhou em estudar fora do Brasil. 

Voltada desde sempre para projetos artísticos e criativos, das artes plásticas à fotografia, Geovana conheceu Los Angeles em uma viagem com sua mãe em 2018, quando ainda estava no começo da graduação, e ver de perto as possibilidades do lugar foi central para que o plano de se organizar financeiramente em função de,  anos depois, viabilizar os seus estudos na cidade dos sonhos. Depois de conseguir o diploma, ela finalmente tomou a decisão de tentar um certificado em Estudos de Entretenimento pela UCLA Extension em Los Angeles, se mudando em 2023 e cursando Entertainment Studies. Em entrevista ao Viver, a cineasta conta o processo dentro do universo da produção.

Como a formação no Recife possibilitou esse percurso novo fora do Brasil?

"Foi só na época da inscrição do SISU que descobri que o cinema tinha a ver comigo, mas não era certeza. Foi um período muito efervescente no Recife, por conta principalmente da comoção em torno de Aquarius, que tinha acabado de estrear, então havia um estímulo grande também. Acho que tanto a minha formação na UFPE como esse contexto da minha cidade foram centrais para o trabalho aqui em Los Angeles, porque se, com os recursos que temos, nem sempre suficientes, já conseguimos fazer coisas incríveis, quando chegamos aqui e nos deparamos com a escala de produção com que podemos trabalhar, já estamos preparados para fazer muito mais, já que há pessoas que chegam aqui sem essa experiência prévia que eu tive."

Como tem sido o dia a dia de uma cidade que respira cinema e quais os projetos em que você tem trabalhado?

"Meu projeto mais recente foi o curta Before I'm 30, em que fiz a fotografia, metade gravado em Londres e outra metade em LA. E é muito impressionante vivenciar isso em termos de crescimento profissional Produções gigantescas, sets com oito câmeras rodando ao mesmo tempo e centenas de pessoas andando pra lá e pra cá. É surreal como todas as pessoas que você conhece em Los Angeles já viram ou participaram de alguma gravação. A cidade dorme e acorda voltada para o cinema, de fato, já que economia daqui é também baseada nisso. Trabalhamos com aplicativos que nos avisam quando tem gravações ou preparações de set, e eu que moro perto do campus, vejo todas as semanas gravações."

Qual a sua recomendação para quem quer estudar cinema em Los Angeles?

"Você precisa se planejar desde cedo, sem esperar se formar para começar, especialmente se for fazer pós-graduação, casos em que, às vezes, é precisa mandar informações com quase um ano de antecedência. Tanto financeiramente quanto na questão burocrática, tudo tem de ser bem planejado. E se você tem o medo, que eu tinha e que é natural, de ficar longe da família, você sempre acaba fazendo muitos amigos. Tenho amigos americanos, mexicanos, franceses, tailandeses e, obviamente, brasileiros também. Se você tiver a chance, siga nessa jornada porque é muito enriquecedora tanto profissionalmente quanto a nível pessoal. De abril de 2023 para cá parece que eu cresci uns 10 anos.”

Quais as suas maiores influências entre os autores no cinema e as pessoas com quem você sonha em trabalhar?

Minhas maiores influências são os filmes do Jacques Demy, do Wong Kar Wai e os cineastas recifenses, como Kleber Mendonça Filho e Gabriel Mascaro Adoro. Ultimamente também virei fã da Greta Gerwig, não só pelos filmes mas porque dizem por aqui que ela é super respeitadora e que é incrível trabalhar com ela no set. Espero ter essa oportunidade um dia.