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OPERAÇÃO BLINDADOS

Justiça diz que há indícios ''sérios'' de participação de policiais civis em grupo de tráfico de drogas

A juíza Andréa Calado da Cruz pontuou o fato da Polícia Civil ocultar os nomes dos policiais civis e expor as identidades dos PMs envolvidos nas ações criminosas

Publicado em: 29/11/2024 21:45 | Atualizado em: 30/11/2024 16:00

 (Foto: Divulgação/PCPE)
Foto: Divulgação/PCPE
A Justiça de Pernambuco afirmou que há indícios “sérios” de que policiais civis estejam envolvidos na quadrilha “Os Gêmeos de Santo Amaro”, liderada por Bruno Teixeira de Oliveira e Thiago Teixeira de Oliveira. 

A Operação Blindados, instaurada nesta quinta-feira (28), mostrou a participação de policiais militares no grupo criminoso, mas, segundo a Justiça, existe a possibilidade de que a Polícia Civil esteja “ocultando” agentes da própria corporação.

No processo, a juíza Andréa Calado da Cruz afirma que há “indícios sérios de que a Polícia Civil possa estar deliberadamente ocultando agentes pertencentes a suas próprias fileira,s enquanto expõe de maneira ostensiva os agentes pertencentes à Polícia Militar”.

Ainda segundo a juíza, “tal conduta, caso confirmada, configura uma afronta direta aos princípios da legalidade e imparcialidade, que devem reger as ações das forças da segurança pública”.

No documento, a magistrada destaca que “a ocultação ou até mesmo a manipulação das operações de forma que favoreça uma instituição em detrimento de outra não será tolerada sob hipótese alguma. Tal comportamento fere a confiança pública nas instituições e compromete a credibilidade das ações das autoridades judiciais e policiais”.
 
O Diario de Pernambuco entrou em contato com a Polícia Civil, que informou que "se, durante a análise do material apreendido e das provas coletadas, houver qualquer indício de envolvimento de membros da Instituição, eles serão devidamente responsabilizados criminalmente, assim como os demais envolvidos, independentemente de quem sejam ou do órgão público a que possam pertencer".
 
"A Corporação é uma instituição reconhecida nacionalmente pela deflação de centenas de Operações de Repressão Qualificadas, sendo referência em todo o País por sua expertise em investigações contra o crime organizado. A PCPE já desarticulou centenas de associações e organizações criminosas que atuavam em Pernambuco, assim como em outros estados e países", ressalta a PCPE através de nota.

A operação

A segunda fase da Operação Blindados apontou a participação de policiais militares no grupo criminoso liderados por dois irmãos, que atuavam no tráfico de drogas e que teriam envolvimento com homicídios no Recife. 

O envolvimento dos PMs com a organização foi descoberto após a quebra de sigilo telefônico dos traficantes, alvos da primeira fase da operação, em janeiro deste ano.
Os PMs investigados são José Tarcísio de Carvalho Pereira, Valter Mendonça de Azevedo, Rayner Thainan Ferreira Santos, Ivison Francisco Alves Júnior e Artur Luiz Silva Sampaio Cabral. Todos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça pernambucana.

As investigações apontam que policiais militares forneceram informações privilegiadas sobre membros da própria corporação e antecipando dados de operações policiais.

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