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Credores do Grupo João Santos aprovam plano de Recuperação Judicial

Segunda assembleia foi realizada na última terça-feira (5); plano foi aprovado por 58,86% dos credores presentes

Publicado em: 06/11/2024 11:50 | Atualizado em: 06/11/2024 13:36

Fábrica do Cimento Nassau, marca do Grupo João Santos (Divulgação)
Fábrica do Cimento Nassau, marca do Grupo João Santos (Divulgação)
Os credores do Grupo João Santos (GJS) aprovaram o plano de Recuperação Judicial da empresa em assembleia geral realizada na última terça-feira (5).

A nova proposta apresentada pela companhia indica o dobro do valor a ser pago aos credores trabalhistas. O plano foi aprovado por 58,86% dos presentes.

De acordo com o economista responsável pela estruturação econômico-financeira do plano apresentado, João Rogério Filho, da PPK Consultoria, mais de 25 mil credores trabalhistas serão contemplados no primeiro momento.

“Mais de R$ 475 milhões serão pagos inicialmente aos credores trabalhistas, considerando-se os 22 mil credores do FGTS e os 6.700 credores de outras verbas trabalhistas. Isso faz com que, no momento zero, possamos afirmar que mais de 25 mil credores serão contemplados”, disse o economista.

“O plano prevê o pagamento integral do FGTS, contemplando os mais de 22 mil credores dessa verba, e o pagamento integral, de até 30 salários mínimos, a um percentual aproximado de 70% dos credores de demais verbas”, complementou.

Com um passivo estimado em R$ 11 bilhões, o plano de recuperação judicial do GJS é um dos dez maiores do país.

A primeira assembleia geral de credores aconteceu no dia 29 de outubro, mas não atingiu o quórum mínimo.

Quitação de FGTS

No início deste ano, o GJS realizou o pagamento de R$ 80 milhões referente ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de 22 mil trabalhadores, entre ativos e desligados.

A operação foi o maior acordo de transação tributária do Brasil com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Retomada

Os representantes do GJS celebraram a decisão, que atribuem ao diálogo entre os credores e a gestão iniciada em agosto de 2022, composta por executivos de mercado.

Em declaração conjunta, os co-presidentes do GJS, Guilherme Rocha e Nivaldo Brayner, avaliam que a conquista na assembleia é “um importante momento que fortalece o nosso ânimo e confiança na correção das medidas para o enfrentamento aos desafios que ainda se apresentam. Podemos afirmar que um novo tempo chegou para o Grupo João Santos”.

O advogado Gustavo Matos, sócio do Matos Advogados, escritório que conduz o processo, comentou a aprovação.

“A votação alcançada reflete o resultado de intensas negociações com os diversos agentes interessados no conjunto de negócios que integram o Grupo”, afirmou.

O economista João Rogério Filho, ressaltou a importância da vitória para a retomada do crescimento do GJS.

“O reperfilamento do passivo perante entes públicos e privados é mais um importante passo no novo momento desse importante Grupo Industrial”, destacou.

Expectativas 
 
Desde o início da nova gestão do GJS, duas unidades fabris foram reativadas, totalizando quatro fábricas em operação.

A expectativa para 2025 é o reinício de funcionamento de mais dois parques industriais.

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