ORIENTE MÉDIO
Conselho de Segurança da ONU se reunirá devido a explosões no Líbano
Nesta quarta, uma segunda onda de detonações simultâneas aconteceu com explosões de walkie-talkies em várias áreas do país
Publicado em: 18/09/2024 16:27 | Atualizado em: 18/09/2024 16:43
As agências internacionais informaram que as explosões de hoje decorreram, sobretudo nos redutos do Hezbollah, nos subúrbios no sul de Beirute (foto: Mahmoud ZAYYAT / AFP) |
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou hoje que irá se reunir-se em caráter de urgência na próxima sexta-feira (20) para discutir a série de explosões no Líbano. A presidência do Conselho declarou que a reunião foi solicitada pela Argélia.
Na terça-feira (17), no Líbano, doze pessoas já morreram e 2.800 ficaram feridas nos subúrbios de Beirute e outras partes do país após a explosão de mais de mil pagers portáteis, de acordo com o Ministério da Saúde local. O embaixador iraniano, Mojtaba Amani, e dezenas de membros do grupo xiita libanês Hezbollah estão entre os feridos, após os dispositivos de comunicação portáteis terem aquecido e explodido.
Hoje uma segunda onda de detonações simultâneas aconteceu com explosões de walkie-talkies em várias áreas do país, além de painéis solares em casas de diversas regiões de Beirute e ainda no sul do Líbano, onde uma criança ficou ferida. Até o momento contabilizaram nove pessoas mortas e 300 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
As agências internacionais informaram que as explosões de hoje decorreram, sobretudo nos redutos do Hezbollah, nos subúrbios no sul de Beirute, durante os funerais de membros do grupo xiita pró-iraniano, mortos no dia anterior nos incidentes com os pagers.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos confirmou também que no país pelo menos 14 membros do Hezbollah ficaram feridos em resultado de explosões dos pagers portáteis, juntando-se aos milhares de casos semelhantes que aconteceram no Líbano.
O Irã, o Hamas e o Líbano atribuíram as explosões a um ciberataque israelense, e Teerã avisou que prepara uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU.
O Exército de Israel declarou que acompanha o caso das explosões, mas não assumiu a autoria, e descartou ainda mudanças nas orientações militares em relação ao país vizinho. Mas, enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que os milhares de habitantes retirados das zonas fronteiriças do norte do país, perto do sul do Líbano, onde ocorre há meses um intenso fogo cruzado entre o Hezbollah e as forças israelense, poderão regressar à região.
Segundo o canal CNN Internacional, Israel está por detrás do ataque que causou as explosões e que a operação conjunta foi realizada entre o serviço secreto, o Mossad, e o exército israelense. O jornal norte-americano The New York Times também afirmou que Israel colocou o material explosivo nos aparelhos que são usados, principalmente, pelo Hezbollah e que foram adquiridos recentemente para driblar a interceptação inimiga.
Já o Pentágono negou qualquer participação dos Estados Unidos no episódio. “Não há qualquer envolvimento dos EUA nesta questão. Mais uma vez, é algo que estamos a monitorar”, adiantou Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono.