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Equador enfrenta atos de 'barbárie', diz ministro do Interior após explosão

Por: AFP

Publicado em: 15/08/2022 18:36

 (Foto: Marcos Pin / AFP
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Foto: Marcos Pin / AFP
A explosão que deixou cinco mortos em Guayaquil, a cidade com maior número de homicídios no Equador e que está sob estado de exceção, foi um ato de "enorme barbárie e irracionalidade", disse nesta segunda-feira (15) o ministro do Interior, Patricio Carrillo.

"Estamos frente a atos de enorme barbárie e irracionalidade como o de colocar estes explosivos nas ruas, o que estamos vivendo preocupa muito além das ligações com organizações criminosas", expressou Carrillo durante uma visita ao popular bairro Cristo del Consuelo, onde ocorreu a explosão.

O bairro amanheceu bloqueado por cordões de segurança e patrulhado por dezenas de agentes. Os militares ocuparam as ruas após a declaração de estado de exceção no Distrito Metropolitano de Guayaquil (sudoeste), que inclui as vizinhas Durán e Samborondón.

O decreto divulgado nesta segunda-feira informou que Guayaquil, com 2,8 milhões de habitantes, é "a região com maior número de homicídios intencionais" do país, com 32,5% dos casos. Somente neste ano, 861 pessoas foram assassinadas na cidade, eixo econômico da nação.

A explosão do domingo se deu a partir de materiais "caseiros" e "artesanais", matando cinco pessoas -sem antecedentes criminais- e ferindo 17, das quais duas estão em estado grave, segundo o ministro.

"Solução paliativa" 

No domingo, duas pessoas a bordo de uma moto lançaram um pacote com os explosivos em seu interior. A explosão destruiu as paredes de casas próximas e danificou quatro veículos e uma moto.

Este não foi o primeiro ataque com explosivos no país. Entre janeiro e agosto a polícia reportou 145, dos quais 72 ocorreram no distrito de Guayaquil.

Após o incidente de domingo, Carrillo apontou que se tratava de um ataque de "mercenários do crime organizado" e o considerou "uma declaração de guerra ao Estado".

O governo ofereceu 10 mil dólares para quem fornecer informações sobre o caso e declarou estado de exceção em Guayaquil, e Durán e Samborondón como "zona de segurança". A medida também suspende os direitos de liberdade de associação e de inviolabilidade de domicílio.

O estado de exceção "é uma solução paliativa", comentou à AFP Carolina Andrade, ex-subsecretária de Inteligência. O governo determinou em abril a mesma medida nas províncias de Guayas (cuja capital é Guayaquil), Esmeraldas e Manabí devido à ação do narcotráfico.

Para a cientista política e analista de segurança, o governo não conseguiu abordar o crime organizado de uma forma estrutural.

"Quando não há acesso aos serviços do Estado, o narcotráfico se faz presente e toma seu lugar, por isso é importante a prevenção", afirmou.

Billy Navarrete, diretor da Comissão Permanente para os Direitos Humanos, compartilha a opinião, ao afirmar que "as respostas aos últimos acontecimentos criminais no país têm sido bastante anacrônicas e se limitam a reforçar o controle policial e militar".

Após a última explosão, a polícia realizou operações em Cristo del Consuelo e deteve cinco pessoas por delitos como posse de armas. Os agentes também apreenderam armas, drogas e explosivos.

Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador já aprendeu mais de 100 toneladas de droga no primeiro semestre deste ano.

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