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Presidenciáveis discordam sobre Brasil entrar na OCDE

Publicado em: 27/01/2022 07:47

 (Foto: Caio Gomez / CB)
Foto: Caio Gomez / CB
Para tornar-se um membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país precisa cumprir uma série de requisitos, como a preservação da democracia, a proteção aos direitos humanos e o combate às mudanças climáticas e ao desmatamento. Pré-candidato ao Planalto, Ciro Gomes (PDT) diz que está claro que o Brasil não está alinhado com tais premissas.

“Além de atentar diversas vezes contra a democracia, Bolsonaro tem ação criminosa, principalmente na área ambiental, colocando em risco nossas reservas e florestas e populações tradicionais”, afirmou. Ciro ainda ressaltou que a adesão ao grupo nunca foi almejada pelo país, apenas foi cogitada após sugestão do ex-presidente dos EUA, Donalde Trump, a Bolsonaro. Porém, para isso, seria necessário que o Brasil abrisse mão do status de país em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Se isso acontecer, será um crime contra o país, uma vez que esse status garante alguma margem para uma política industrial e de comércio exterior, de compras governamentais, desenvolvimento regional e até de quebra de patentes em casos específicos”, enumerou. Ciro defendeu, ainda, que o Brasil pode recuperar a imagem internacional defendendo a democracia, o meio-ambiente e as boas práticas de governança sem, necessariamente, aderir à OCDE.

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania), o governo Bolsonaro não tem perfil de cumprir tais metas. “Pelo contrário, os indicadores vêm piorando muito. Mas independentemente da questão da OCDE, estes princípios devem nortear uma gestão de reconstrução do Brasil”, afirmou.

O governador do estado de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República, João Doria (PSDB), defendeu que os requisitos da organização são valores essenciais e devem ser compromissos, independentemente da agenda para o ingresso no grupo.

“Esta é uma meta que traz benefícios que vão muito além da imagem do país no exterior, podendo atrair investimentos e acordos para o desenvolvimento do Brasil. Há ganhos associados à melhor qualidade da ação estatal. Há enorme avanço a ser feito do ponto de vista da governança, da qualidade do desenho das políticas públicas e sua implementação, bem como nas boas práticas da administração pública. A entrada na OCDE permitiria um salto nessas agendas”, definiu.

O pré-candidato pelo partido Novo, Felipe D’ávila, argumentou que o cumprimento das exigências incentiva o Brasil a “deixar de ser uma nação marginalizada no comércio global e nos obrigar a nos tornarmos mais competitivos e produtivos na arena internacional”. Para ele, o ingresso na OCDE faria muito bem ao país.
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