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Moro: Bolsonaro 'não fez nada' para rever prisão após segunda instância

Publicado em: 19/01/2022 19:36

 (De acordo com ex-ministro, governo comemorou internamente a decisão que resultou na soltura do ex-presidente Lula. Foto: Valter Campenato/Agência Brasil)
De acordo com ex-ministro, governo comemorou internamente a decisão que resultou na soltura do ex-presidente Lula. Foto: Valter Campenato/Agência Brasil
O pré-candidato à Presidência, Sergio Moro (Podemos) afirmou, em entrevista à Jovem Pan de Maringá, na última terça-feira (18), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "não fez nada" para rever decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que definiu a proibição da prisão logo após condenação em segunda instância.

"Lutei pela manutenção da prisão em segunda instância. O governo não fez nada. O Planalto, o presidente [Bolsonaro] não fez nada. Quando o Supremo [Tribunal Federal] reviu a prisão em segunda instância e soltou o Lula, soltaram vários criminosos condenados por crimes de corrupção. O Planalto internamente comemorou, em uma visão equivocada, de que aquilo era bom politicamente para o presidente", conta o ex-juiz.

Segundo Moro, um ministro da ala militar do governou o orientou a não incentivar o andamento de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de relatoria do deputado Fábio Trad (PSD-MS), que propõe a prisão após condenação em segunda instância. 

"Depois fui trabalhar para voltar a ter a prisão em segunda instância. Teria conseguido, com o apoio do presidente [Bolsonaro], mas ele não queria saber. Posso dizer que ministro vinculado ao presidente, da ala militar, veio até mim e disse: 'O presidente não quer que você mexa com a prisão em segunda instância'", disse.

Antes aliados políticos, Bolsonaro e Moro estão em lados opostos. Depois de ser ministro da Justiça do atual governo, o ex-juiz agora mira na corrida presidencial contra o atual chefe do Executivo. 

Moro reforçou também que o "governo atual não tem compromisso nenhum com o combate à corrupção" e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro "é o responsável pela volta do PT e do Lula ao cenário eleitoral".
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