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MEMÓRIA

Trajetória e paixão felina de Edson Nery da Fonseca são exibidas em exposição

Publicado em: 06/12/2021 21:31

'As 7 vidas de Edson Nery da Fonseca' está em exposição até o final do mês (Acervo/Malu Didier/Divulgação)
'As 7 vidas de Edson Nery da Fonseca' está em exposição até o final do mês (Acervo/Malu Didier/Divulgação)
A Fundação Joaquim Nabuco celebra a vida, as paixões e a trajetória do escritor e bibliotecário Edson Nery da Fonseca com uma exposição realizada na casa onde ele morou, na Rua do São Bento, em Olinda. Batizada de As 7 vidas de Edson Nery da Fonseca, o projeto abraça a paixão que ele tinha por gatos - chegou a abrigar mais de 50 em sua residência - contando com fotos dos bichanos realizadas pela fotógrafa e jornalista Malu Didier.

A iniciativa ocupa o Ateliê Arte Machê, localizado no mesmo número onde Edson viveu. A abertura contou com um concerto erudito da Orquestra Sinfônica dos Meninos de São Caetano no Mosteiro de São Bento, ao lado do espaço, além de um recital da escritora Geórgia Alves. A exposição segue aberta todos os dias até 31 de dezembro, como visitação das 14h às 19h. 

2021 é o ano do centenário de Nery. Em sua trajetória, ele é reconhecido por iniciativas como a criação da Biblioteca Central da Universidade de Brasília (UnB), sua colaboração no Programa Memória do Mundo, da Unesco, além de também ter sua assinatura no acervo da biblioteca do Palácio da Alvorada. No Recife, ele fundou o primeiro curso de Biblioteconomia do Nordeste e reformou as bibliotecas da Faculdade de Direito e da Escola de Engenharia. Autor de “Introdução à Biblioteconomia” (Briquet de Lemos, 2007), o bibliotecário foi um forte defensor da informatização dos acervos, ainda que muitos colegas o criticassem por acreditar que a modernização acabaria com o valor do livro.

Edson Nery se orgulhava em ser o maior especialista da obra de Gilberto Freyre, de quem se tornou amigo. É autor de "Um livro completa meio século” (1983), um ensaio sobre o maior clássico freyriano, e “Em torno de Gilberto Freyre” (2007), publicado 20 anos após a morte do mestre de Apipucos. Ao todo, dedicou 135 ensaios à obra de Gilberto Freyre. 

Já sua paixão por gatos transformou sua casa em um verdadeiro templo felino, abrigando gatos nas paredes, em quadros, pesos de papel, estátuas, chaveiros e bibelôs. Em uma entrevista  à revista Piauí, falou um pouco sobre essa relação. “Minha mãe gostava de gatos e ela morreu muito jovem, com 52 anos. Dias depois a gata dela, Catuxa, morreu de desgosto. Achei muito leal”, declarou. Nos Anos 1960, quando ele se mudou para integrar o corpo docente da Universidade de Brasília (UnB), adotou o primeiro gato por conta de ratos no imóvel onde morava sozinho.

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