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DIPLOMACIA

Putin quer que aliança russo-chinesa se imponha como sócia do Talibã

Por: AFP

Publicado em: 17/09/2021 14:41

 (Foto: Alexey Druzhinin/Sputnik/AFP

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Foto: Alexey Druzhinin/Sputnik/AFP
A Organização de Cooperação de Xangai, liderada por Moscou e Pequim, deve se impor como sócia dos talibãs para que os novos governantes do Afeganistão cumpram suas promessas de combater o "terrorismo", afirmou o presidente russo Vladimir Putin, em uma cúpula realizada nesta sexta-feira (17).

Este órgão, do qual fazem parte Índia, China, Rússia e vários países da Europa central, pretende rivalizar com a influência dos Estados Unidos, embora sua ação concreta ainda esteja limitada.

"É importante mobilizar o potencial da organização para facilitar o início de um diálogo inclusivo entre os afegãos e também para bloquear as ameaças de terrorismo, tráfico de drogas e extremismo religioso deste país", informou Putin, que participou deste encontro de forma virtual.

"Os talibãs controlam praticamente todo o território do Afeganistão e precisamos estimular as novas autoridades afegãs para que mantenham suas promessas", continuou o presidente russo, citando seu compromisso de "instaurar a paz, normalizar a vida pública e garantir a segurança de todos".

O líder chinês Xi Jinping, que também participou da cúpula por vídeo, pediu para "incentivar o Afeganistão a construir um marco político amplo e inclusivo, combater decididamente todas as formas de terrorismo" e viver em paz com seus vizinhos.

Pequim compartilha uma fronteira de 76 quilômetros com o Afeganistão.

Já o primeiro-ministro do Paqusitão, Imran Khan, elogiou a "oportunidade rara de encerrar 40 anos de guerra no Afeganistão", enquanto pediu aos talibãs que garantam a presença de todos os grupos étnicos em seu governo.

A Rússia considera o movimento Talibã como terrorista, mas esteve dialogando com o grupo durante anos.

Moscou se mostrou um conciliador desde sua tomada de poder, devido às suas promessas de não permitir que as organizações "terroristas" se estabeleçam lá, de não atacar seus vizinhos, principalmente os países aliados da Rússia na Ásia central e de frear o tráfico de heroína e ópio.
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