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Cristina Kirchner aprofunda embate com presidente argentino após comunicado

Publicado em: 17/09/2021 16:12

 (Foto: Alejandro Pagni/AFP)
Foto: Alejandro Pagni/AFP
A relação entre o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e a vice, Cristina Kirchner, estremeceu de vez, um dia depois de cinco ministros kirchneristas apresentarem suas renúncias à Casa Rosada. Por volta das 13h, Fernández enviou um recado ao gabinete da também líder do Senado. “Tenho escutado o meu povo. A arrogância e a prepotência não se aninham em mim. A gestão do governo continuará a desenvolver-se da maneira que eu considerar apropriada. Para isso fui eleito”, escreveu em seu perfil oficial no Twitter. Mais tarde, Alberto conversou com um jornalista do diário Página 12 e citou Cristina pela primeira vez: “Ela me conhece, sabe que tiram de mim qualquer coisa. Com pressões, não me obrigarão” — uma referência à estratégia do kirchnerismo de forçar mudanças no gabinete.

Seis horas depois da primeira manifestação de Fernández, Cristina rompeu o silêncio e publicou um extenso comunicado, no qual fez advertências ao presidente e pediu modificações no gabinete. “Estou convencida de que será impossível solucionar os problemas deixados pelo macrismo, de baixos salários, altíssima inflação, endividamento vertiginoso com credores privados e a volta do Fundo Monetário Internacional (FMI) com um empréstimo de US$ 44 bilhões votando no macrismo ou em suas ideias”, afirmou a vice, ao citar a filosofia política adotada pelo ex-presidente Mauricio Macri.

“Quando tomei a decisão — e o faço na primeira pessoa do singular, pois foi realmente assim — de propor a Alberto Fernández como candidato a presidente de todos os argentinos e argentinas, o fiz com a convicção de que era o melhor para a minha pátria. Apenas peço ao presidente que honre aquela decisão... Mas, acima de tudo, levando em conta também suas palavras e convicções, o que é mais importante do que tudo: que honre a vontade do povo argentino”, acrescentou Cristina. A vice classificou a derrota do oficialismo nas primárias para as eleições legislativas, no último domingo, como “uma catástrofe política”.
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