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'Lula não vai cicatrizar as feridas deixadas por Bolsonaro', diz Eduardo Leite (PSDB)

Publicado em: 04/08/2021 18:22 | Atualizado em: 04/08/2021 18:46

 (foto: Reprodução/Youtube)
foto: Reprodução/Youtube
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) é um dos principais nomes cotados pelo PSDB para concorrer às eleições presidenciais do próximo ano como alternativa para uma terceira via. Apesar de ter votado em Bolsonaro em 2018, Leite tornou-se crítico ferrenho do governo federal e, nesta quarta-feira, durante entrevista ao programa Manhã da Clube, comandada pelo apresentador Rhaldney Santos - com participação dos jornalistas Douglas Fernandes e Armando Holanda-, o tucano assinalou: "Bolsonaro não recebe meu voto em hipótese alguma" em 2022.  Posicionamento que também direciona ao projeto petista, que considera inapropriado para o país. "Lula não vai cicatrizar as feridas deixadas por Bolsonaro", comentou.
 
As expectativas para a confirmação do nome de Eduardo Leite para uma eventual disputa presidencial giram em torno das prévias do PSDB para presidente da República que deve acontecer no fim do ano. Apesar de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também aparecer como um dos grandes preferidos dentro da sigla, tendo apoio de figuras importantes como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Leite se diz confiante. “O governador João Doria tem o meu respeito, governador de São Paulo estado da maior população, maior economia, naturalmente isso dá uma maior visibilidade a ele e o PSDB é um partido que tem uma força muito expressiva em São Paulo, mas isso não significa que automaticamente lhe dê a candidatura nacional”, analisou.

E se referindo ao apoio de FHC disse que “(o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) não colocou o Doria como candidato dele nas prévias do PSDB para se tornar candidato, falou em uma candidatura a presidente”, ponderou. “[...] estou muito confiante que, pelo apoio que nós temos, vamos vencer essas prévias e vamos levar para as eleições de 2022 mais que uma cara nova, um jeito diferente de fazer política, respeitando as pessoas, mas com muita firmeza no que deve ser feito”. 
 
Política essa que o governador julga não ser partilhada e seguida por Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, o que, na opinião dele, aponta a necessidade em realinhar a cena política no país. “Bolsonaro tem um projeto familiar, um projeto pessoal, a família dele que é o projeto. No lado do PT também”, apontou Eduardo Leite relembrando as vezes que o ex-presidente concorreu eleições presidenciais, o que o governador do Rio Grande do Sul considera empecilho para que surjam novas lideranças no meio político, se mostrando contrário a reeleições.  “Política não é só sobre gerir orçamentos, sobre fazer obras [...] mas é também sobre a gente ajudar a própria política a se tornar melhor com novas lideranças”. 

“O que eu tenho dito é que Lula não vai cicatrizar as feridas deixadas por Bolsonaro, porque infelizmente Lula faz parte do problema criado no passado quando fez também uma política dividida”, incentivando o que Leite classificou como "nós contra eles". “Tudo isso vai fazendo o terreno ficar fértil para surgir uma reação como foi a de Bolsonaro”, avaliou.

Pernambuco

Buscando pavimentar os caminhos para 2022, Eduardo Leite afirma que Pernambuco está incluído na rota estratégica e que até o final do mês de agosto deve vir a terras pernambucanas.  “A visita deve acontecer até o final do mês e a gente deve aproveitar também para assinar um convênio de cooperação entre a nossa Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Pernambuco”, na mesma perspectiva também está prevista na agenda visita ao Porto Digital.  “Acho que a oportunidade é essa, além da gente chegar nos lugares para falar sobre a gente é a oportunidade para a gente ouvir, conhecer, entender mais a realidade local”, contou. 

Presidente do PSDB em Pernambuco, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, é um dos nomes que receberão Eduardo Leite em sua visita a Pernambuco. Questionado sobre suas avaliações referentes à correligionária, Leite elogiou a gestão da tucana e a classificou como “uma liderança admirável” e forte opção para ala oposicionista na disputa pelo governo nas eleições do próximo ano. “Vai ter todo meu estímulo, Raquel é uma liderança admirável com um amor pelo que faz, que impressiona. Há motivos para acreditar sim, Raquel tem força, fibra, coragem competência e é um belíssimo nome para o governo do estado de Pernambuco”. 

Na oportunidade, Eduardo Leite também falou sobre sua relação com o governador de Pernambuco. “Eu tenho uma boa relação com Paulo Câmara (PSB), respeito muito a atuação dele [...] e certamente estará avisado da minha ida para Pernambuco que eventualmente possamos conversar”. Diálogo que também será estendido ao prefeito do Recife, João Campos (PSB). “Também já estive conversando com o prefeito de Recife, João Campos (PSB), uma jovem liderança. Há exemplos aí de jovens na política assumindo posições no Executivo, o que é muito importante e positivo”, concluiu. 

Durante a entrevista, o governador do Rio Grande do Sul também rendeu homenagens ao ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco, que faleceu ontem em decorrência de um câncer no pâncreas.  “A gente sabe que quando se perde uma referência como o ex-governador Joaquim Francisco atinge a todos, comove a população, a classe política”, pontuou. “A gente espera que possa ficar o exemplo dele de uma política feita no centro que não é sem posição, política feita com respeito, com a possiblidade de ouvir, de apresentar suas posições sem querer destruir o outro. Esse jeito e fazer política que precisa ser recuperado”.  

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