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PANDEMIA

Senadora governista crítica placa de 'vidas salvas' de Heinze na CPI

Publicado em: 24/06/2021 17:53

 (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) criticou a plaquinha utilizada pelo senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) durante as reuniões da comissão. O papel fica em frente à bancada do senador e sinaliza a quantidade de “vidas salvas” durante a pandemia de COVID-19. Heinze é defensor do tratamento precoce contra a COVID-19. A ação não tem comprovação científica. Para tentar justificar suas falas, ele cita diversos "dados" e "estudos científicos" para sustentar sua defesa pelos medicamentos.

Em quase todas as sessões da CPI da COVID no Senado, quando Luis Carlos Heinze tem a palavra, ele cita termos como Didier Raoult (chamado nas redes de DJ Raul), o município de Rancho Queimado, Big Pharma, entre outros. “Eu pedi para o senador Heinze continuar aqui na CPI porque queria fazer um apelo. Nós estamos aqui como senadores, em uma posição muito séria. Estamos na CPI com uma audiência alta. Nós precisamos tomar cuidado com as informações. Não tocar em nomes de remédios. Quando colocamos esse número de vidas salvas, fica parecendo que essas vidas foram salvas por uma médicação”, explicou a senadora.

Thronicke pontua que já foi contaminada pela COVID-19 mas que não foi salva pelo tratamento precoce. Ela relembra que acabou caindo na ‘fake-news’ e automedicando-se, mas que isso não salvou sua vida. “Essa receita de bolo não salvou essas vidas”, ponderou. Soraya relembra que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não recomenda o uso de hidroxicloroquina, cloroquina e ivermectina contra a COVID-19.
 
Entenda

A diretora-executiva da Anistia Internacional e coordenadora do Movimento Alerta, Jurema Werneck, e o epidemiologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Hallal, depõem nesta quinta-feira (24) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, no Senado. Ambos comparecem ao colegiado por solicitação do relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Ambos iriam depor nesta sexta-feira (25), mas tiveram o depoimento antecipado. Nesta quinta (24/6), Filipe Martins, assessor do Palácio do Planalto, seria ouvido, mas a oitiva com ele foi adiada.

Agora, nesta sexta (25), a CPI vai ouvir o depoimento do servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e de seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Ambos apontam irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin por parte do governo federal.

A comissão apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios e foi instalada em 27 de abril deste ano. 
  
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