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JUNHO VIOLETA

Alzheimer vive momento de desafio e avanço com nova droga contra a doença

Publicado em: 20/06/2021 16:21

 (Pixabay / reprodução)
Pixabay / reprodução
Junho é o mês destinado à conscientização e combate à violência à pessoa idosa. Estima-se que em Pernambuco este público chegue a 900 mil pessoas. Uma das doenças mais prevalentes nesta camada da população e que acaba por deixá-la ainda mais vulnerável é a Doença de Alzheimer (DA). Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, cerca de 1,2 milhões de brasileiros convivem com esse tipo de demência. O transtorno neurodegenerativo progressivo acomete cerca de 11,5% da população com 65 anos e mais no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

Nesta semana, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou o medicamento Aducanumab para o tratamento da causa do Alzheimer. É a primeira droga anunciada para atuar diretamente na prevenção da causa da doença e não apenas para amenizar os sintomas. A notícia acende a esperança de tratamento e precaução para pacientes e familiares que convivem com a doença. Para o geriatra Alexandre de Mattos, “a nova descoberta é um passo importantíssimo no tratamento dessa doença degenerativa que provoca a perda das funções mentais e compromete severamente a qualidade de vida das pessoas”.

As disfunções dos neurônios têm início a partir da aglutinação e formação de placas da proteína da beta-amiloide no cérebro, o que resulta na doença de Alzheimer. “A proposta da medicação consiste justamente em diminuir este acúmulo, podendo, assim, gerar benefícios consideráveis ao paciente”, complementa Alexandre.

Outros fármacos para o tratamento da doença já foram anunciados, mas tiveram as indicações suspensas devido a pouca eficiência ou aos efeitos colaterais severos, a exemplo da Tacrina e da Fisostigmina. O médico esclarece que os estudos demostram que a droga só tem eficácia em fases muito precoces da doença e em Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). “Infelizmente, ainda não significa a cura para a doença. Mas, nestes casos, é possível manter a autonomia dos pacientes na práticas de suas atividades rotineiras, como trabalho, estudos e finanças”, pontua.

Com a aprovação da medicação, a empresa fabricante deverá iniciar pesquisas e testes complementares para verificar a eficácia da droga e os reais benefícios concedidos aos usuários. “Para ser comercializado no Brasil o medicamento ainda precisa ser aprovado pelo órgão regulador no país, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Um protocolo que, de certa forma, é mais um respaldo para quem estiver realmente interessado em iniciar o tratamento com a medicação, mas ainda tem receios”, salienta Mattos.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 35,6 milhões de pessoas no mundo têm a Doença de Alzheimer (DA). Ainda de acordo com a OMS, o número tende a dobrar até 2030 e triplicar até 2050. O tratamento da DA pode ser encontrado não só na rede particular, mas também no Sistema Único de Saúde (SUS), com acesso integral e gratuito, com medicações e acompanhamento da doença. O diagnóstico se dá a partir da realização de exames de tomografias e ressonâncias do cérebro, junto à avaliação médica de um profissional especializado.




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