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Gerente da Pfizer confirma carta a Bolsonaro em setembro de 2020

Publicado em: 13/05/2021 13:31

Em depoimento à CPI da Covid do senado, Carlos Murillo, representante do Laboratório para a América Latina, disse que a correspondência reforçava oferta de 100 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus ao Brasil
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Em depoimento à CPI da Covid do senado, Carlos Murillo, representante do Laboratório para a América Latina, disse que a correspondência reforçava oferta de 100 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus ao Brasil (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado )
O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, disse à CPI da Covid do Senado, em depoimento nesta quinta-feira (13), que enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro e a ministros do governo reforçando a oferta de vacinas contra o novo coronavírus ao Brasil. Segundo ele, a correspondência, datada de 12 de setembro de 2020, não foi respondida por nenhum dos destinatários.

O relato do executivo confirma as informações prestadas, na quarta-feira (12), pelo ex-secretário de Comunicação do governo Fábio Wajngarten à CPI. O ex-secretário disse que, em 9 de novembro de 2020, soube através do dono da Rede TV, Marcelo Carvalho, que a carta precisava de uma resposta. Nesse dia, Wajngarten enviou uma resposta à Pfizer, após dizer que recebeu executivos do laboratório em pelo menos três ocasiões, na sede da Secretaria de Comunicação, no Palácio do Planalto.

Segundo Carlos Murillo, a carta foi endereçada a Bolsonaro, ao vice-presidente Hamilton Mourão, ao então chefe da Casa Civil, Braga Neto, ao ministro da Saúde à época, Eduardo Pazuello ao titular da Economia, Paulo Guedes, e ao embaixador brasileiro em Washington, Nestor Foster.

Durante o depoimento à CPI, Carlos Murillo foi perguntado pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), se a correspondência havia sido respondida por algum dos destinatários. O depoente respondeu negativamente.

A correspondência, em um trecho, frisa que não houve resposta do governo a uma oferta de venda de 100 milhões de doses de vacinas ao Brasil feita em 26 de agosto de 2020, durante reunião com o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Outras duas reuniões para tratar do mesmo assunto foram realizadas nos dias 14 e 18 do mesmo mês.

Para membros da CPI, o depoimento de Carlos Murillo é importante para confirmar as suspeitas de que o governo demorou a adotar providências para adquirir vacinas para proteger a população contra a Covid-19.

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