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TRANSPORTE

O desafio da mobilidade sustentável em duas rodas no Recife e região metropolitana

Publicado em: 28/01/2021 10:50 | Atualizado em: 28/01/2021 10:52

 (Foto: Romulo Chico / Esp. DP FOTO)
Foto: Romulo Chico / Esp. DP FOTO
Sensação de liberdade, vento no rosto e o combustível pode ser até o “feijão com arroz”. Essa é a experiência de quem opta por se locomover de bicicleta pelas ruas do Recife e região metropolitana. Apesar de ainda existir o desrespeito dos motoristas e trajetos acidentados, quem circula de bicicleta fala, sem titubear, que foi a decisão mais assertiva que já teve: escolher as duas rodas para deslocar-se nos principais centros urbanos. A expansão da rede ciclável do Recife é uma das principais metas da Secretaria de Política Urbana do Recife e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). A atual gestão afirmou que a criação de 100 km de novas rotas cicláveis será uma prioridade.

Percorrendo uma média de 500 quilômetros mensais em sua bicicleta,  a consultora de vendas Ramirys bezerra, de 29 anos,  relata que sua escolha pela mobilidade sustentável surgiu através da necessidade de aliar exercício físico a sua rotina de horário livre escasso. “Circulo de bike já faz uns quatro anos. Não tinha muito tempo de estar na academia e estava ficando sedentária. Quis buscar um meio em que pudesse me exercitar e me locomover ao mesmo tempo. A bicicleta me ajudou muito quando passei um período da minha vida com transtornos de ansiedade e depressão. Hoje em dia não consigo ficar sem ela”, contou.

A consultora de vendas relata ainda que a manutenção das ciclofaixas e o respeito dos motoristas são pontos imprescindíveis para que os ciclistas se sintam mais seguros. “Ontem, no meio do meu percurso, vi um senhor sofrer um acidente de bicicleta. Ele foi trancado por um carro, ele caiu com a cabeça no meio fio. Parei para tentar ajudá-lo porque ele se machucou bastante e desmaiou na hora da queda.”

Entre 2013 e 2020, o Recife teve um aumento de 500% em faixas dedicadas aos ciclistas. Esse percentual significa que a cidade passou de 24 quilômetros para 144 quilômetros de malha cicloviária, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Em relação às localidades em que essas vias ciclísticas são instaladas, a CTTU informa em nota que “os projetos priorizam o atendimento aos bairros que abrigam polos de interesse público, como parques, praças, mercados públicos e terminais de ônibus, criando pontos de conectividade entre esses equipamentos”. 

Vias ciclísticas na região metropolitana

Em Jaboatão dos Guararapes, a prefeitura afirma que instalou ciclofaixas móveis em toda a orla de Piedade, Candeias e Barra de Jangada, funcionando aos domingos e feriados, das 7h às 16h. Para o público do município que deseja utilizar a ciclofaixa móvel, mas tem mobilidade reduzida ou alguma deficiência que dificulta o uso de bicicletas tradicionais, a atual gestão disponibiliza bicicletas adaptadas e profissionais capacitados para auxiliar no uso do equipamento de lazer. Em relação às vias ciclísticas fixas, o município conta apenas com 22,4 quilômetros. Contudo, a prefeitura assegura que já há estudos e projetos para expandir a malha cicloviária.
 
Em Jaboatão dos Guararapes, há bicicletas adaptadas e profissionais capacitados para auxiliar no uso do equipamento de lazer. (Foto: PJG/Divulgação)
Em Jaboatão dos Guararapes, há bicicletas adaptadas e profissionais capacitados para auxiliar no uso do equipamento de lazer. (Foto: PJG/Divulgação)
Enquanto isso em Olinda, a prefeitura, assim como no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, também firma um compromisso com quem opta por uma mobilidade mais sustentável. O município elaborou o projeto cicloviário em que o trecho de 1,6 km entre o Varadouro e o Clube Atlântico terá o investimento de R$ 917 mil para construção de uma ciclofaixa fixa, sendo licitado pelo governo do estado. Ao todo, a cidade alta conta com oito quilômetros de ciclovia na Orla, 2,6 quilômetros de ciclovia entre PE-15 e Varadouro, além de 900m da ciclovia Fragosinho. 

O olindense Igraildo Correia de Melo, 52, utiliza a ciclofaixa para se locomover de sua casa, no bairro de Sapucaia, em Olinda, para o trabalho na Jaqueira, Zona Norte do Recife. Ele conta que a bicicleta é seu meio de locomoção a mais de 10 anos. Zelador de duas praças para pets no bairro, ele conta que pedala mais de 20 quilômetros diariamente. “Lá onde eu moro não tem tanta ciclovia como aqui perto da Jaqueira. Fico mais tranquilo quando estou pedalando na ciclofaixa porque os carros nos respeitam mais. Queria que tivesse em todo lugar! Seria uma maravilha!”, finalizou.

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