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CONFLITO

Líder chinês diz que protecionismo dos EUA pode causar uma nova Guerra Fria

Publicado em: 26/01/2021 16:01

 (Foto: Li Xueren/Xinhua)
Foto: Li Xueren/Xinhua
No 51º Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), que começou ontem (25), o líder chinês Xi Jinping declarou que os Estados Unidos podem desencadear uma nova Guerra Fria se derem continuidade às mesmas políticas protecionistas do ex-presidente Donald Trump. O presidente da China também apelou que seja adotada uma abordagem multilateral para solucionar a crise econômica provocada pela Covid e que a pandemia não deve servir como uma desculpa para reverter à globalização em favor da "dissociação e isolamento". "Construir pequenos círculos ou iniciar uma nova Guerra Fria, rejeitar, ameaçar ou intimidar os outros, impor deliberadamente dissociação, interrupção do fornecimento ou sanções e criar isolamento ou alienação só vai empurrar o mundo para a divisão e até mesmo para o confronto", disse Xi Jinping.

No entanto, de acordo com publicação do jornal The Guardian, Jinping evitou tecer comentários diretos sobre o novo presidente norte-americano, Joe Biden, porém ressaltou que a China não seria ditada por Washington. Além disso, reiterou sua defesa do multilateralismo feita no mesmo WEF há quatro anos, na qual citou que a alternativa seria então a lei da selva. "Nenhum problema global pode ser resolvido por qualquer país sozinho. Deve haver ação global, resposta global e cooperação global. Devemos construir uma economia mundial aberta, apoiar o regime de comércio multilateral, descartar padrões, regras e sistemas discriminatórios e excludentes e derrubar barreiras ao comércio, investimento e intercâmbio tecnológico.", afirmou o presidente chinês.

Segundo Jinping, as relações entre as nações precisam ser coordenadas e reguladas por meio de instituições e regras adequadas. "O forte não deve intimidar o fraco. As decisões não devem ser tomadas simplesmente exibindo músculos fortes ou acenando com um punho grande", acrescentou. O líder da China ainda enfatizou que seu país não será influenciado por críticas aos direitos humanos numa alusão a repressão nos últimos tempos em Hong Kong e aos muçulmanos uigures, que foram classificadas como "genocídio" pelo ex-secretário de Estado da administração Trump, Mike Pompeo. "Não existem duas folhas no mundo idênticas, e nenhuma história, cultura ou sistema social é igual. Cada país é único com sua história, cultura e sistema social, e nenhum é superior ao outro. A diferença em si não é motivo para alarme. O que soa o alarme é arrogância, preconceito e ódio; é a tentativa de impor hierarquia à civilização humana ou de forçar sua própria história, cultura e sistema social sobre os outros", comentou o líder chinês.
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