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ELEIÇÃO

Candidata opositora de Belarus exige que Lukashenko ceda o poder

Por: AFP

Publicado em: 10/08/2020 07:32 | Atualizado em: 10/08/2020 07:37

 (Foto: Sergei GAPON / AFP)
Foto: Sergei GAPON / AFP
A candidata da oposição na eleição presidencial de Belarus, Svetlana Tikhanovskaya, rejeitou nesta segunda-feira os resultados oficiais da votação de domingo e exigiu que o presidente Alexander Lukashenko, declarado vencedor pelas autoridades, ceda o poder no país.

"As autoridades devem refletir sobre como transferir o poder. Me considero vencedora da eleição", afirmou Tikhanovskaya, que denunciou a repressão no domingo à noite às manifestações contra a reeleição de Lukashenko.

"Testemunhamos o fato de que o poder busca se manter pela força. Apesar dos nossos apelos às autoridades para não que não reprimisses os seus cidadãos, não fomos ouvidos e ontem a polícia recorreu a meios desproporcionais", disse, antes de destacar que tem "informações contraditórias" sobre mortes.

O ministério do Interior anunciou que quase 3.000 manifestantes contrários ao governo foram detidos e dezenas de pessoas ficaram feridas na madrugada de domingo para segunda-feira, mas negou vítimas fatais.

"No total, em todo o país, foram detidas quase 3.000 pessoas. Durante os incidentes, mais de 50 cidadãos e 39 policiais ficaram feridos. Alguns deles estão hospitalizados", afirma o ministério em um comunicado, que cita manifestações noturnas "não autorizadas em 33 cidades e localidades do país.
 
Protestos em Belarus após anúncio da vitória do presidente
 
 (Foto: Sergei GAPON / AFP)
Foto: Sergei GAPON / AFP
Um manifestante morreu e dezenas ficaram feridos em Minsk nos protestos de domingo à noite contra os resultados da eleição presidencial em Belarus, anunciou a ONG Viasna de defesa dos direitos humanos.

O presidente Alexander Lukashenko venceu a eleição de domingo com 80,23% dos votos, de acordo com os resultado divulgados pela agência estatal Belta, após uma votação tensa, marcada por atos de violência e acusações de fraude.

A principal rival de Lukashenko, Svetlana Tikhanovskaya, recebeu 9,9% dos votos, indicam os primeiros resultados oficiais da Comissão Eleitoral de Berlarus.

Os outros três candidatos receberam menos de 2% dos votos cada, de acordo com a Comissão.

"Um jovem sofreu um traumatismo craniano fatal depois de ter sido atingido por um veículo das forças de segurança nas manifestações na capital, afirmou nesta segunda-feira a Viasna.

"Dezenas de pessoas ficaram feridas nos confrontos com as forças de segurança. Dez foram levadas a hospitais", afirmou à AFP um diretor da ONG, Serguei Sys.

Além disso, mais de 300 pessoas foram detidas no domingo, a maioria durante os protestos, também segundo a Viasna.

A porta-voz do ministério do Interior bielorrusso, Olga Shemodanova, negou qualquer morte.

Svetlana Tikhanovskaya, uma professora de inglês de 37 anos, declarou no domingo que "maioria" dos cidadãos apoiava sua candidatura.

A campanha foi marcada por uma mobilização sem precedentes a favor de Tikhanovskaya, com eventos que reuniram milhares de pessoas em todo o país.

O presidente russo Vladimir Putin enviou um "telegrama de felicitações" ao colega de Belarus.

"Conto que sua ação à frente do Estado permita o desenvolvimento futuro de relações russo-bielorrussas mutuamente vantajosas", escreveu Putin a Lukashenko, segundo o Kremlin. 

Nas últimas semanas, Lukashenko acusou seu tradicional aliado russo de querer dominar o país, de apoiar a oposição e tentar desestabilizar seu governo.

Lukashenko também recebeu mensagem de felicitações do presidente da China, Xi Jinping.

Ao mesmo tempo, a Polônia pediu que a União Europeia (UE) organize uma reunião extraordinária sobre a situação em Belarus após a repressão das manifestações.

"As autoridades usaram a força contra seus cidadãos, que estão exigindo mudanças no país. Devemos apoiar o povo de Belarus em sua busca por liberdade", afirmou o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki. 
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