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Covid-19: Uma das áreas mais afetadas, Vasco da Gama recebe ação

Publicado em: 13/07/2020 18:45 | Atualizado em: 13/07/2020 20:59

 (Foto: Leandro de Santana / DP)
Foto: Leandro de Santana / DP
Beirando as duas mil mortes por coronavírus, o Recife vem intensificando ações de prevenção à doença. Nesta segunda feira, onze locais foram escolhidos para receber as Estações Itinerantes de Orientações sobre a Covid-19, entre eles está Vasco da Gama, uma das comunidades mais atingidas pela doença.   
 
De acordo com o boletim divulgado diariamente pela Prefeitura do Recife, o Vasco da Gama, na Zona Norte da cidade, ocupa a 14º posição em números confirmados da Covid-19, com 156 casos. Quando observamos apenas os óbitos, 57, a colocação cai pela metade, configurando o 7º lugar da lista com os 93 bairros da Cidade. No seu Distrito Sanitário (VII), o Vasco só perde para nova Descoberta, que apresenta 159 pacientes positivados e 49 mortes.  
 
“Este foi um local da Zona Norte que, desde o começo da pandemia, vem apresentando maior número de casos da Covid-19. Infelizmente me parece que os moradores do Vasco da Gama não estavam muito atentos à questão da prevenção. Creio que a Estação Itinerante pode mudar esse cenário. Apenas hoje já alertamos 300 pessoas sobre o jeito certo de lavar as mãos, isso vai, de certa forma, ter um impacto na transmissão e na redução de contágio do Coronavírus”, explica o agente da Vigilância Sanitária Sílvio Sobreira, presente no stand informativo. 

 (Foto: Leandro de Santana / DP)
Foto: Leandro de Santana / DP

 
Além de Sílvio, outros agentes de Saúde fazem parte da iniciativa. Na estação montada na Rua Vasco da Gama atendem, das 8h às 16h, representantes da Saúde Ambiental, para alertar sobre os perigos de outras doenças que merecem atenção neste período, como a Dengue; da Academia da Cidade, para falar sobre a importância da saúde física e mental durante a quarentena; e dentistas, que indicam a necessidade de cuidar melhor da boca, uma das portas de entrada da Covid. Para os transeuntes também são oferecidos máscaras, pastas de dente, preservativos e um material informativo sobre o Coronavírus. 
 
“Nós não queremos apenas levar informações e distribuir materiais, mas também escutar quais são as dificuldades que estas pessoas estão vivendo durante a pandemia. Sabemos que é uma região que lida com racionamento de água, por exemplo. Não podemos bombardear de informações sem conferir a realidade”, diz a agente comunitária Alice Bulhões. “Nós perguntamos como eles estão usando as máscaras, como manuseiam. Pedimos para que façam uma demonstração de como lavam as mãos em casa. Sujamos as mãos deles de colorau para que percebam se o jeito no qual fazem a higiene é eficaz. Muitos saem impressionados.” 
 
A aposentada Helena Cândida, de 74 anos, foi uma das moradoras do Vasco da Gama a visitar a estação. “Eu achei muito importante. Meu vizinho avisou que esta tenda estava aqui e eu vim conferir. Eu já lavava as minhas mãos, mas não fazia ideia que precisava passar por todo este processo que o agente me ensinou. Aproveitei para pegar uma máscara também. Não saio muito de casa, mas sei que é necessário usar proteção.” Os equipamentos de proteção individual também foram bem recebidos pelo pequeno Luan Henrique, de 10 anos. “Eu estava usando máscara, mas começou a ficar úmida e eu tirei. Por coincidência vi este stand e pedi para minha mãe vir aqui comigo. Gostei muito de aprender a lavar as mãos corretamente,” disse o menino. 

 (Foto: Leandro de Santana / DP)
Foto: Leandro de Santana / DP

 
O professor Anderson Magno já foi infectado pelo Coronavírus e exatamente por isso sabe a importância de se proteger. “Peguei a doença em fevereiro, quando retornei da Itália. Existem muitas lacunas na forma de encarar a pandemia, mas graças a necessidade emergente de aprimorar os métodos de evitar o avanço, muitas ações estão sendo feitas. Vim conhecer os procedimentos que estão sendo tomados pelas Estações. Enquanto durar a pandemia, temos que reconhecer que temos que nos cuidar e cuidar dos outros”, comenta. “Infelizmente só sabemos onde o calo dói quando o sapato aperta. Muitos ainda não têm consciência da gravidade desta doença porque não perderam parentes ou amigos. Recentemente perdi minha tia para a doença. Não há situação mais triste do que ver aqueles carros funerários enfileirados.”
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