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PSICOLOGIA

Psicóloga pernambucana faz lives para discutir a perda e o luto através da arte

Publicado em: 03/07/2020 11:45 | Atualizado em: 03/07/2020 14:28

Neste domingo (5), a psicóloga recebe a cantora Irah Caldeira para a live A perda de um amor: uma triste história (Fotos: Divulgação)
Neste domingo (5), a psicóloga recebe a cantora Irah Caldeira para a live A perda de um amor: uma triste história (Fotos: Divulgação)
Através da arte, a psicóloga Andréa Botelho, diretora da Clínica do Luto do Recife, encontrou uma forma de continuar discutindo a temática com pessoas que buscam alento para superar a perda de um ente querido. Neste domingo (5), às 16h, no Instagram (@clinicadolutorecife), a profissional usará a música para explorar a questão. Ela recebe a cantora Irah Caldeira para a live A perda de um amor: uma triste história. %u201CIrah vai cantar sobre a perda, a saudade e a partida, destacando a resistência do povo nordestino, que canta para espairecer a dor%u201D, diz Andréa.

O ponto de partida para a discussão é a música Assum preto, de Luiz Gonzaga. %u201CPassarinho ferido com a dor de perder a visão, a perda de alguém que era a luz dos olhos. Todas essas questões serão interpretadas na live%u201D, explica. Antes da apresentação de Irah, a psicóloga pedirá para os participantes interessados compartilharem depoimentos e falarem das perdas enfrentadas. O projeto é resultado do Farol, um grupo de apoio gratuito da Clínica de Luto, que funciona há 30 anos no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, para prestar auxílio às pessoas que buscam aliviar a dor da perda.

%u201CNos encontros presenciais, costumamos discutir temas diversos, com o intuito de diluir as dores dos que estão sofrendo de luto, fazer com que elas se sintam confortáveis, entendam o que estão passando. A ideia é orientar e encontrar caminhos possíveis que possam iluminar e buscar a renovação, já que nem todo mundo tem acesso a atendimento psicoterapêutico, explica Andréa. %u201CAgora, com o isolamento, passamos a utilizar ainda mais os recursos artísticos, seja com filmes, livros ou músicas, para interagir à distância com os frequentadores do Farol. As minhas lives têm o intuito de alimentar a esperança nas pessoas, buscando temas que as pessoas se identifiquem%u201D, conta a psicóloga.

Os escritos do Diário de Anne Frank, que descrevem como é conviver com o confinamento, a esperança e o medo de perto foram discutidos na última transmissão ao vivo da psicóloga. Mais sensações que remetem à pandemia foram lembradas na interpretação da canção Esquadros, de Adriana Calcanhotto. Algumas edições do encontro ainda abordaram as questões sociais levantadas pelos movimentos feminista, LGBT e antirracista, sempre com foco no luto. Como a transmissão é pública e aberta a todos os públicos, o material começou a ser acessado não apenas por pessoas que vivenciam o luto, mas também por quem se sentiu atraído pela temática abordada.

A pandemia e o medo da morte também propiciaram um interesse maior na busca pelo conteúdo discutido nas lives. %u201CÉ uma forma de alento, e nesse momento as pessoas estão precisando. Não estamos vivenciando apenas perdas físicas, há o isolamento, problemas em casa e demais questões%u201D, completa. Os encontros são quinzenais. O próximo, programado para o dia 19, deverá discutira superação de uma morte trágica através da história de Virgulino Ferreira, o Lampião. Também estão previstas discussões sobre suicídio no próximo mês.

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A PERDA DE UM AMOR

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