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Projeto Um Curta por Dia divulga filmes gratuitos disponíveis na internet

Publicado em: 11/07/2020 14:21 | Atualizado em: 11/07/2020 14:54

O primeiro filme postado pelo projeto foi A sereia, um curta francês de 1904 de Georges Méliès. (Foto: Reprodução)
O primeiro filme postado pelo projeto foi A sereia, um curta francês de 1904 de Georges Méliès. (Foto: Reprodução)
Os curtas-metragens são parte ativa do circuito do cinema. Estão nos festivais, nos streamings e na grade televisiva. Na verdade, é um formato tão antigo quanto o próprio cinema, que teve a primeira leva de produções justamente com esses filmes de curta duração, como Viagem à lua (1902), de Georges Méliès, ou até o curtíssimo A chegada do trem na estação (1896), com cerca de 50 segundos, feito pelos irmãos Lumière. Para dar mais evidência e sobrevida a essa produção, o crítico e jornalista Júlio Cavani lançou, ainda no começo da pandemia, o projeto Um Curta Por Dia. Com curadoria de Cavani e administrado pela também jornalista Paula Melo, o perfil @umcurta no Instagram divulga curtas de acesso gratuito diariamente.

O projeto surgiu despretensioso, ainda da necessidade desse filmes encontrarem apreciadores na internet, que no período de isolamento social recebeu um grande fluxo de correntes e listas de indicações. “Ele surge nesse contexto de quarentena e dessa busca por consumir filmes. Eu mesmo não via muito filme em casa, assistia muito no cinema. Percebi que muito amigos comentavam que não conseguiam ver um filme inteiro ou ler um livro todo, uma espécie de dislexia causada pelo momento que a gente vive. Eu pensei: ‘Já que não tava rolando de ver longa, poderiam ver curtas’”, comenta Cavani.

Feito inicialmente no Facebook, o projeto passou a ser desenvolvido e postado diariamente no Instagram a partir de maio. A curadoria passa pelos critérios afetivos e de memória de Cavani, que já dirigiu dois premiados curtas: Deixem Diana em paz (2003), codirigido com Igor Bonatto, e História natural (2014). “A ideia não é exibir filmes para download, mas fazer um trabalho de intermédio. É meio jornalístico também, como se eu tivesse noticiando esses trabalhos. É como se fosse um festival ou um cineclube diário. O critério é que o filme esteja disponível em um canal oficial e que o realizador tenha consciência que está público. Quando terminar, serão 365 curtas postados.”

É possível encontrar na seleção algumas primeiras produções de vários autores, já que os curtas também desempenhar o importante papel de ser uma espécie de porta de entrada para a carreira no cinema. “Não necessariamente, mas por conta do orçamento, tem a coisa de ser um experimento. Grandes realizadores começaram no curta, como Martin Scorsese, George Lucas, Ridley Scott. Ele, por ser mais curto, permite que você assuma mais riscos. Acho interessante o curta como formato por conta da lógica da narrativa, que você tem que encerrar aquele discurso naquele tempo”, avalia Cavani.

Os curtas são sempre divulgados através dos seus cartazes, possibilitando um diálogo com essa linguagem e com as peças de divulgação publicitária. A multiplicidade de linguagens é de interesse constante no projeto, que abarca de curtas documentais até as animações. O primeiro filme postado pelo projeto foi A sereia, um curta francês de 1904 de Georges Méliès.

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