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TECNOLOGIA

Grupo planeja implementar Parque Tecnológico em Jaboatão

Publicado em: 15/07/2020 07:00 | Atualizado em: 15/07/2020 19:02

Cristiano Carrilho, líder do grupo, é consultor ambiental e mestre em direito. (Foto: Divulgação)
Cristiano Carrilho, líder do grupo, é consultor ambiental e mestre em direito. (Foto: Divulgação)
Reinvenção. Poucas vezes esta palavra esteve tão em uso quanto nos momentos de isolamento devido à pandemia da Covid-19 e no consequente retorno às atividades. Enquanto muitos modificaram práticas e métodos em um contexto mais micro, outros pensaram em modificações de grandes dimensões. Foi o caso dos criadores da rede INOVAJA composta por empresários, organizações da sociedade civil e professores universitários que articula um movimento em defesa da implantação de um Parque Tecnológico em Jaboatão dos Guararapes. Após uma gestão do projeto de aproximadamente nove meses, o grupo pretende facilitar a vinda de empresas nacionais e internacionais de áreas como robótica, bem como investir em comerciantes locais.  

A rede, criada em julho, visa articular lideranças que projetem o desenvolvimento local da economia, ciência e tecnologia. A equipe reúne, por enquanto, um grupo de 20 pessoas com experiência em inovação, tecnologia e comércio exterior. “Neste momento de formação da rede, estamos fazendo um diagnóstico da situação de Jaboatão e seu potencial de economia criativa”, afirma o líder do grupo, o consultor ambiental e mestre em direito, professor Cristiano Carrilho. Para o município, baseado nos dados do Porto Digital e considerado sua área geográfica, o grupo possui planos ambiciosos. “A área geográfica do Porto Digital atraiu mais de 300 empresas com 11.600 colabores e dois bilhões de faturamento em área dez vezes menor do que o território de Jaboatão. Acreditamos, então, que possamos trazer pelo menos umas 600 empresas, pelo menos o dobro de colabores e, quem sabe, um faturamento para o município nesta mesma proporção”, afirma Cristiano. 

O objetivo do grupo é trabalhar para que haja condições como incentivos fiscais e tributários, como a redução do ISS de 5% para 2%, a fim de atrair tanto empresas de áreas como robótica, nanotecnologia e biomedicina vindas de locais como Japão e Estados Unidos quanto comerciantes de pequenos portes. Neste contexto, vislumbra projetos como instalação de torres de internet gratuita mediante publicidade, chegada de empresas de saneamento, etc.  Castilho afirma que não visualiza a necessidade de construção de um espaço físico para o parque. “A base são os instrumentos legais, benefícios e definição por parte do município sobre em que área podem ficar as instalações que venham. É a mesma lógica do Porto Digital”, explica.

A escolha de Jaboatão deveu-se a uma série de fatores. “É uma cidade com 15,6 % da sua população ocupada e renda média entre meio e dois salários mínimos. Além disso, é próxima do aeroporto, de Suape, do PARQTEL, no Curado e do Cabo que tem grandes centros de distribuição logística. Além disso, possui vários modais como as BRs e tem condições geográficas de exportar para a América Latina e para o mundo. Regiões como Barra de Jangada, Curado, Candeias e Muribeca possuem extensas áreas disponíveis para implantação de layouts, equipamentos de movimentação e armazenagem, tornando-se oportunidades para reduzir custos de produção, geração de emprego e receitas tributárias, ganhando empresas, governo e sociedade”, argumenta. 

Ao final da etapa de desenvolvimento de projetos, a INOVAJA, que atua como associação de direto privado sem fins lucrativos, pretende enviar sugestões de projetos de lei para análise e aprovação do prefeito e Câmara de Vereadores definindo territórios de ocupação, serviços abrangidos pelos benefícios fiscais, metas e contrapartidas. No momento, o grupo está fazendo um levantamento junto ao Sebrae das empresas do município que possuem CNPJ na questão de inovação e tecnologia. Posteriormente, haverá rodas de diálogos envolvendo empresas, representantes de consulados e câmaras de comercio internacionais, instituições de ensino e pesquisa. “É um projeto que demandará, no mínimo, uns nove meses de gestação. Já levantamos professores e técnicos com perfil acadêmico, experiência no serviço público e privado. Depois, entraremos em contato com empreendedores e ONGs, fundações, sociedade civil e, por último, com o governo”, revela Cristiano. A próxima reunião acontece no dia 27 de julho.
 
Sobre o projeto de implantação do Parque Tecnológico, a Prefeitura de Jaboatão afirmou que ainda não tomou conhecimento a respeito do projeto e do seu teor e não pode, portanto, pronunciar-se a respeito. 
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