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Fé leva centenas de pessoas à Basílica do Carmo mesmo com pandemia

Publicado em: 16/07/2020 12:02 | Atualizado em: 16/07/2020 15:21

 (Foto: Paulo Paiva/DP)
Foto: Paulo Paiva/DP

A fila na frente da Basílica de Nossa Senhora do Carmo cresce ao longo do dia na medida da fé das pessoas. O dia da padroeira do Recife, celebrado nesta quinta-feira (16), está diferente este ano por conta da pandemia do novo coronavírus. As preces e pedidos à Santa ganharam outro sentido. Buscam a cura de uma doença nova, devastadora. Do lado de fora, fiéis com máscaras. Lá dentro, no máximo 120 pessoas são comportadas na igreja gigantesca. Medida de prevenção ao contágio.

Rosa Calado, 58 anos, é devota de Nossa Senhora do Carmo há oito anos. “Hoje vim pedir saúde e agradecer especialmente porque nessa pandemia tive parentes com Covid-19 e eles foram curados”, comentou. Ela chegou ao templo às 7h30, mas espera conseguir entrar somente na missa da tarde.

João Batista dos Passos veio de ônibus de São Lourenço da Mata para o Recife. Do lado de fora, lamentava a fila desorganizada. “Fui ao banheiro e na volta não me deixaram ficar no meu lugar.”

 (Foto: Paulo Paiva/DP)
Foto: Paulo Paiva/DP

Cinco missas foram previstas para acontecer ao longo desta quinta-feira. Os frades carmelitas também planejaram mais quatro missas em outro espaço da igreja, mas com a chuva da manhã o plano não deu certo. As 7h, quem celebrou a missa foi o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.

Segundo o frade Cristiano, que dava a bênção e ouvia fiéis nesta manhã, a devoção à Santa começou com a Ordem Carmelita, no século 12, no Monte Carmelo, na Palestina. “Durante a crise da ordem, Nossa Senhora aparece em sonho entregando um escapulário, que na verdade é essa veste que usamos. A ordem quase ia acabando e depois do sonho ela cresceu em toda a Europa. No Brasil, a fé em Nossa Senhora do Carmo começou em 1580, com a chegada dos primeiros carmelitas ao país.”

Na porta principal da basílica, a imagem da Santa este ano não pode ser tocada. “Assim como os fiéis, nós sofremos também porque a festa está diferente”, comentou o religioso. A imagem é a mesma que circula em um andor durante a procissão.

A paratleta Sônia Maria, 44, foi cumprir uma promessa feita à Santa. “Meu filho sempre teve enxaqueca, desde pequeno. Então, a graça foi alcançada e vamos deixar a roupa que ele está usando como pagamento da promessa”. Sônia chegou perto da imagem e fez novos pedidos. “Ela sempre me atende quando peço com fé.”

A 324ª edição da festa começou no último dia 6 e seus organizadores tentaram seguir as orientações das autoridades sanitárias e, também, o pedido da Arquidiocese de Olinda e Recife, para evitar aglomerações de fiéis. Além da higienização de bancos e pisos, uso de álcool em gel, distribuído na entrada da Basílica, o público de cada celebração teve que ser reduzido em 30%. Esta foi a primeira vez que não ocorreu a tradicional procissão com a imagem da santa pelas vias próximas a Basílica, para evitar aglomeração no local.



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