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PRISÃO

Dois empresários ligados ao MBL são presos por suspeita de corrupção

Publicado em: 10/07/2020 14:00

 (FOTO: Divulgação/Polícia Civil de São Paulo)
FOTO: Divulgação/Polícia Civil de São Paulo
Uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) prendeu, nesta sexta-feira (10), dois empresários ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL). Segundo os investigadores, Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso, conhecido como Luciano Ayan, são suspeitos de lavagem de dinheiro e ficarão detidos temporariamente, por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.

A operação batizada de Juno teve o apoio da Receita Federal e da Polícia Civil de São Paulo. Foram realizadas busca e apreensões em seis endereços ligados as empresas envolvidas na investigação.  O MBL diz que os alvos da ação não têm relação com o grupo

"As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas pessoas", informou o MPSP.

Os crimes

As investigações apontam que o MBL recebeu doações “de forma suspeita (cifras ocultas)” por meio da plataforma Google Pagamentos, “que desconta 30% do valor, ao invés de doações diretas na conta do MBL/MRL, criou e utilizou “diversas empresas em incontáveis outras irregularidades, especialmente fiscais”. 

O Ministério Público paulista também diz que a família Ferreira dos Santos, de Renan Santos, fundador do MBL, “adquiriu/criou duas dezenas de empresas – que hoje se encontram – todas – inoperantes e, somente em relação ao Fisco Federal, devem tributos, já inscritos em dívida ativa da União, cujos montantes. Haveria também “confusão jurídica empresarial entre as empresas MBL – Movimento Brasil Livre e MRL – Movimento Renovação Liberal”.

Ainda conforme o MPSP, Luciano Ayan, autor do blog Ceticismo Político, é sócio de ao menos quatro empresas de fachada, “dissemina fake news”, usou “contas de passagem”, apresentou indícios de movimentação financeira incompatível com rendimentos declarados à Receita e "ameaça aqueles que questionam as finanças do MBL".

Já Alessander Mônaco Ferreira teve movimentação financiera "extraordinária e concompatível" com seus rendimentos, criou duas empresas de fachada e realiza "doações altamente suspeitas através da plataforma do Google". 

O Ministério Público também aponta que ele viajou mais de 50 vezes para Brasília, entre julho de 2016 e agosto de 2018 -  todas para reuniões no Ministério da Educação -, "com objetivgos não especificados". 

Defesa do MBL

O MBL se manifestou por meio de nota e se defendeu das acusações de ligação com os empresários. Segundo o grupo, Ayan e Mônaco "jamais fizeram parte do movimento" e sustenta não haver "confusão" entre o MBL e o MRL, como aponta o MPSP. 


"O MBL não é uma empresa, mas sim uma marca sob gestão e responsabilidade do Movimento Renovação Liberal - única pessoa jurídica do Movimento - o que é fato público e notório, inclusive posto publicamente em inúmeros litígios onde a entidade figura como autora ou até mesmo requerida", diz a nota.

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