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FUNÇÃO

Mais dois militares são nomeados para assumir postos em Saúde

Publicado em: 29/05/2020 20:42

Ministro interino da pasta, Eduardo Pazuello (Foto: José Dias/PR
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Ministro interino da pasta, Eduardo Pazuello (Foto: José Dias/PR )
A escalada de militares para assumir cargos de liderança na Saúde ganhou reforço nesta sexta-feira (29). Mais duas nomeações foram publicadas no Diário Oficial e ampliam a força da ala dentro da pasta mais necessária no enfrentamento à pandemia da Covid-19. O Comandante da PM de Minas Gerais, Giovanne Gomes da silva, irá presidir a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), entidade vinculada ao ministério. Já o segundo-tenente do Exército Vilson Roberto Ortiz Grzechoczinski será coordenador-geral da Secretaria Especial de Saúde Indígena. 

Com as novidades, mais de 20 militares substituíram civis em atividades de liderança, logística e finanças do Ministério da Saúde. A virada se iniciou com a troca de equipe do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Nesta gestão, apenas um militar ocupava papel de destaque na pasta. Se trata do coronel Robson Santos da Silva, secretário especial de Saúde Indígena, que, inclusive, continua na função. Recentemente, ele se tornou alvo de investigação do Ministério Público Federal no Distrito Federal que apura se ele e o chefe de gabinete teriam continuado a trabalhar presencialmente no órgão, sem usar proteção, mesmo após diagnóstico com o novo coronavírus. 

A inserção de militares na Saúde foi priorizada por pelo presidente da República desde a saída de Mandetta. Para auxiliar na transição, Jair Bolsonaro escalou o almirante Flávio Rocha, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Logo depois, o presidente indicou o general Eduardo Pazuello para ser o número dois da pasta, função normalmente definida pelo próprio ministro, por ser um dos principais cargos de confiança. 

Com o pedido de demissão do médico Nelson Teich da gestão da pasta menos de um mês após assumir o cargo, a escalada de militares da pasta só cresceu. Na função de ministro interino e atendendo as vontades de Bolsonaro, outrora barradas pelo olhar técnico dos demais líderes, Pazuello ganhou força e mais tempo no cargo. Em reuniões com lideranças dos estados e municípios, também ganhou destaque. Mesmo antes da saída de Teich, já era considerado nos bastidores o “verdadeiro líder da pasta”. 

A formação de um verdadeiro exército dentro da principal pasta ministerial da atualidade tem dividido opiniões entre a equipe. Enquanto alguns avaliam como um ponto positivo, devido a características típicas da carreira militar como disciplina e capacidade de ação frente a uma batalha, outros encaram a movimentação como uma forma de controle da pasta por parte de Bolsonaro, fazendo valer as interpretações políticas sobre as técnicas. Quase nenhum dos militares recentemente nomeados tem atuação na área-fim da pasta. Segundo Pazuello, a equipe da Saúde conta com um “apoio temporário” do Ministério da Defesa.

“(O Ministério da Saúde) tem uma equipe, para deixar claro, que tem o apoio do Ministério da Defesa, um apoio temporário, que em princípio serão só 90 dias. São militares da ativa, são pessoas preparadas para lidar com esse tipo de crise. Neste momento precisamos desse tipo de preparo para somar as especialidades médicas”, disse Pazuello na última reunião com secretários da saúde estaduais e municipais. O próprio general também se considera como uma figura temporária na saúde.

Pela Defesa, foram concedidos 17 nomes à Saúde, conforme publicação no Diário Oficial de 4 de maio. Nem todos, até o momento, estão nomeados. No total, são 22 nomes de militares em papéis de liderança no ministério. Confira a lista: 

- Eduardo Pazuello - ministro interino 
- Antônio Élcio Franco Filho - secretário-executivo interino 
- Reginaldo Machado Ramos - diretor de Gestão Interfederativa e Participativa
- Jorge Luiz Kormann - diretor de Programa 
-Marcelo Blanco Duarte - assessor no Departamento de Logística
- Paulo Guilherme Ribeiro Fernandes - coordenador-geral de Planejamento
- Alexandre Magno Asteggiano - assessor 
- Luiz Otávio Franco Duarte - assessor especial do ministro
- André Cabral Botelho - coordenador de contabilidade
- Giovani Cruz Camarão - coordenador de Finanças do Fundo Nacional de Saúde (FNS)
- Vagner Luiz da Silva Rangel - coordenador de execução orçamentária
- Ramon da Silva Oliveira - coordenador geral de Inovação de Processos e de Estruturas Organizacionais 
- Marcelo Sampaio Pereira - diretor de programa da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde
- Angelo Martins Denicoli - diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS 
- Mario Luiz Ricette Costa - assessor técnico da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento 
- Alexandre Martinelli Cerqueira - Subsecretário de Assuntos Administrativos
- Laura Triba Appi - diretora de Programa da secretaria de Atenção Primária
- Celso Coelho Fernandes Júnior - coordenador-Geral de Acompanhamento e Execução de Contratos Administrativos
- Paulo César Ferreira Júnior - diretor de Programa da Secretaria-Executiva
- Giovanne Gomes da silva - presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), entidade vinculada ao MS
- Vilson Roberto Ortiz Grzechoczinski - coordenador-geral da Secretaria Especial de Saúde Indígena
- Robson Santos da Silva - secretário especial de Saúde Indígena

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