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GEOTECNOLOGIA

Fundaj divulga primeira análise do mapeamento da Covid-19 em PE

Publicado em: 06/04/2020 16:45 | Atualizado em: 06/04/2020 16:55

 (Foto: Fundaj/Reprodução
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Foto: Fundaj/Reprodução
"A vulnerabilidade social no estado coloca em risco as parcelas mais pobres, com menor escolaridade e dificuldade de acesso ao abastecimento de água." A constatação está no relatório de mapeamento online da pandemia da Covid-19 em Pernambuco,  divulgado nesta segunda-feira (6), aponta aspectos iniciais da primeira semana de pesquisa. A geotecnologia, desenvolvida pelo Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (Cieg) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e de responsabilidade do pesquisador Neison Freire, foi divulgada na última semana, levando em consideração os dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado, além dos já registrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o documento, algumas regiões apresentam uma alta vulnerabilidade social, ao mesmo tempo em que contêm proporções elevadas de leitos na rede privada. É o caso da região de saúde de Ouricuri, Sertão do Estado, que envolve 11 municípios, com uma população estimada em 345.331 habitantes (IBGE, 2019). Por sua vez, a região de saúde de Caruaru - que engloba 32 municípios e possui uma população estimada em 1.324.382 habitantes (IBGE, 2019) - Agreste, apresenta baixa vulnerabilidade social, embora sua relação de leitos seja mais favorável à disponibilidade pública (SUS). Ambos já notificaram casos confirmados da Covid-19.

“Essa pandemia expõe a vulnerabilidade social de municípios que têm baixa renda, baixo nível de escolaridade e precariedade de acesso ao abastecimento de água. Tais itens foram considerados, em um primeiro momento, como importantes para entendermos como essas populações estão expostas aos riscos de contaminações. Quando confrontamos essas informações [disponibilizadas pelo IBGE] com o DataSUS [dados de leitos adultos e ventiladores pulmonares disponíveis], a vulnerabilidade social de alguns locais se torna ainda mais evidente: a maioria dos leitos estão no sistema privado”, explica o coordenador do Cieg, Neison Freire.

Ainda segundo o relatório, “a disponibilidade de leitos e ventiladores na rede pública ou privada é insuficiente para atender às demandas previstas da pandemia, uma vez que não foi dimensionada para tal finalidade”. O Cieg continuará a monitorar diariamente a pandemia do novo coronavírus, a fim de garantir a modelagem de dados georreferenciados para dar suporte à pesquisa socioeconômica que está em andamento, sobre os impactos causados em Pernambuco.

Entenda

A partir dos Informes Epidemiológicos diários da Secretaria de Saúde de Pernambuco, o gráfico mostra um painel analítico que agrega dados dinâmicos da pandemia na forma de mapa georreferenciado, disponibilizando camadas referentes à vulnerabilidade social, regiões de saúde e DataSUS (leitos adultos e ventiladores). Esses dados, por sua vez, são correlacionados com os disponibilizados pelo IBGE Recife, onde constam informações, por regiões, de renda familiar, presença de menores - até 15 anos - na área, precariedade no abastecimento de água e saneamento básico.

Com o cruzamento das informações, é permitido ao usuário uma navegação que possibilita análises espaciais, acompanhando à evolução da pandemia do novo coronavírus por municípios do estado. Para uma melhor visualização, foi criada uma camada que relaciona as proporções entre os quantitativos de leitos SUS e da rede privada.
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