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Covid-19

Coronavírus faz Prefeitura do Recife cortar R$ 180 milhões em gastos

Publicado em: 02/04/2020 21:16 | Atualizado em: 02/04/2020 21:31

Para chegar ao corte de R$ 180 milhões, secretarias municipais deverão rever contratos e prioridades (Foto: Ricardo Fernandes/Arquivo DP.)
Para chegar ao corte de R$ 180 milhões, secretarias municipais deverão rever contratos e prioridades (Foto: Ricardo Fernandes/Arquivo DP.)
A Prefeitura do Recife anunciou, nesta quinta-feira (2), um corte de gastos de R$ 180 milhões para priorizar o uso de dinheiro público no enfrentamento ao novo coronavírus. Das 23 secretarias municipais, apenas as pastas de Saúde e de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos escaparam do corte, por serem fundamentais para o combate à pandemia. O dinheiro economizado deverá ser usado na criação de novos leitos de UTI e de medidas de assistência social.

Além da pandemia da covid-19, o corte serve para resguardar o município das futuras quedas de arrecadação de tributos e repasses do governo de Pernambuco e da União. A decisão foi tomada pelo núcleo de gestão do município, integrado pelas secretarias municipais de Finanças; de Administração e Gestão de Pessoas; e pela Controladoria Geral do Município, atendendo a uma determinação do prefeito Geraldo Julio.

Para chegar nesse corte de R$ 180 milhões, o núcleo de gestão dividiu os valores em dois grandes blocos de gastos. O primeiro, estimado em R$ 50 milhões, leva em consideração a proibição das secretarias municipais de emitir passagens aéreas e diárias, contratar consultorias e novos aluguéis de carros e imóveis, e a redução dos gastos com combustível e energia pela adoção do home office em muitos setores.

O segundo bloco é maior e passa pela revisão/repactuação de contratos e definição de novas prioridades para os gastos, como ações de governo. Neste caso, a expectativa é de uma economia de R$ 130 milhões do Tesouro Municipal. “Cada secretário deverá rever suas prioridades de despesas. O que estamos vivendo hoje é totalmente diferente do que vivíamos quando o orçamento do município foi definido”, pontua o secretário de Finanças do Recife, Ricardo Dantas.

Serão afetadas as secretarias de Administração e Gestão de Pessoas; Cultura; Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação; Educação; Finanças; Governo e Participação Social; Habitação; Infraestrutura; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Mobilidade e Controle Urbano; Mulher; Planejamento Urbano; Planejamento e Gestão; Saneamento; Defesa Civil; Inovação Urbana; Políticas sobre Drogas; Direitos dos Animais; Segurança Urbana; Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo do Recife; e Turismo, Esportes e Lazer, além de entidades municipais, como a Emprel e a Procuradoria do Município.

O secretário explica que foi levado em consideração o equilíbrio financeiro para os próximos dias. “De um lado tem a assistência social, do outro um queda grande de receita e da atividade econômica. Os próximos meses serão de queda na receita própria, de tributos, e das transferências estaduais e federais. Mas temos todos que fazer com que a Secretaria de Saúde tenha recursos para fazer tudo o que for possível no combate ao coronavírus. Ter uma retaguarda para salvar vidas”, conclui Ricardo Dantas.
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