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Covid-19

Adolescente morto por coronavírus em PE tinha 'problemas neurológicos', diz SES

Publicado em: 06/04/2020 18:30 | Atualizado em: 06/04/2020 18:49

O adolescente morreu em menos de 24 horas após ser internado na UPA de São Lourenço da Mata (Foto: Reprodução/Google Street View.)
O adolescente morreu em menos de 24 horas após ser internado na UPA de São Lourenço da Mata (Foto: Reprodução/Google Street View.)
O adolescente de 15 anos que morreu em decorrência do novo coronavírus em Pernambuco tinha problemas neurológicos e precisou ser testado duas vezes para que a infecção fosse detectada. Morador de São Lourenço da Mata, o jovem estudante começou a apresentar os primeiros sintomas em 20 de março. Em 26 de março, às 18h30, procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, com febre, dispneia e saturação inferior a 95%. Morreu às 13h52 do dia seguinte, 27 de março, menos de 24 horas após sua internação.

Ele foi submetido a um primeiro teste. Como o resultado foi inconclusivo, a SES realizou um novo exame. Somente nesse domingo (5) que saiu o resultado, confirmando a infecção pelo novo coronavírus. Em nota, a Prefeitura de São Lourenço da Mata explica que “todos os protocolos foram seguidos na unidade de saúde em que o paciente estava sendo acompanhado”.

"Ele tinha problemas neurológicos e problemas de saúde recorrentes anteriormente. Teve complicação respiratória e faleceu com uma certa rapidez durante a sua estada na UPA em Sâo Lourenço. A primeira amostra deu inconclusiva, mas repetimos", disse o secretário estadual de Saúde, André Longo, durante a coletiva de imprensa concedida na tarde desta segunda-feira (6).

Até esta segunda, o estado contabilizou 30 mortes pela covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Todos os óbitos registrados são de pessoas que integravam algum grupo de risco - idoso, grávida ou puépere (que deu a luz recentemente), ou portador de alguma comorbidade. No entanto, isso não deve ser considerado como parâmetro para avaliar, por exemplo, a necessidade de medidas restritivas, como alerta o infectologista do Hospital Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro.

“Quando se fala que um grupo etário ou com comorbidade tem a chance maior de adoecer ou de ter complicação, não quer dizer que outras pessoas não venham a ter uma evolução (da doença) com maior gravidade. A probabilidade de um jovem ter um problema mais sério é menor, mas não quer dizer que não possa ocorrer. Daí vem a importância de todos se precaverem. O melhor é não apostar ou arriscar”, advertiu Demetrius.

O adolescente é uma das vítimas mais jovens do novo coronavírus no Brasil. A frente dele, há até a tarde desta segunda o registro do óbito de um bebê no Ceará. A família do jovem não quis dar entrevistas e pediu para que ele tivesse a identidade preservada.

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