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PANDEMIA

Guedes compara auxílio de R$ 600 a US$ 1,2 mil pagos pelo governo dos EUA

Publicado em: 31/03/2020 18:08

 (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (31) que o auxílio emergencial de R$ 600 que será liberado aos trabalhadores informais durante a pandemia do coronavírus é da mesma ordem de grandeza do benefício que o governo dos Estados Unidos está oferecendo às famílias americanas. O benefício americano, contudo, é de US$ 1,2 mil e pode ser ampliado em US$ 500 por filho. Ou seja, pode ir R$ 6 mil a R$ 8,5 mil, considerando o dólar de R$ 5.

"Do ponto de vista do déficit, estamos gastando mais que qualquer país da América Latina. E do ponto de vista de apoio à renda básica, os R$ 600 são iguais à ajuda que os americanos estão dando de US$ 1,2 mil. Em relação à renda per capita, é da mesma ordem de magnitude", afirmou Paulo Guedes em coletiva de imprensa realizada pelo Palácio do Planalto com o intuito de apresentar as medidas que vêm sendo tomadas para mitigar os efeitos da crise do Covid-19 no Brasil.

Guedes ainda disse que o impacto fiscal do benefício de R$ 600 deve variar entre R$ 60 e R$ 80 bilhões. Afinal, o Congresso ampliou esse benefício de R$ 200 para R$ 600. E esse benefício será pago aos informais, mas também aos trabalhadores intermintentes e aos microempreendedores individuais.

Ao todo, cerca de R$ 750 bilhões já foram liberados em medidas de combate à crise do coronavírus no Brasil, segundo os cálculos do ministro da Economia. "Chegamos a 2,6% do PIB nesse orçamento de guerra, em medidas emergenciais", afirmou Guedes nesta terça-feira.

Muitos economistas têm dito, contudo, que as medidas anunciadas pelo Brasil ainda não tímidas quando comparadas aos pacotes anunciados por outros países. Afinal, muitos desses pacotes passam de 10% do PIB. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, diz que nos Estados Unidos essa proporção começou em 6,3% e pode chegar a 11,3% do PIB. Já na Alemanha, é de 12%. Na França, 13,1%. Na Espanha e no Reino Unido, chega a 17% do PIB.

Guedes prometeu, então, que o governo vai continuar investindo no combate à crise sanitária e à crise socioeconômica causada pelo coronavírus. "Já tínhamos um deficit estrutural de 12,6% e vamos subir. Vamos continuar subindo, porque a instrução do presidente Bolsonaro é de que não vamos deixar nenhum brasileiro para trás. Todos os recursos necessários para a defesa da saúde e dos empregos dos brasileiros serão mobilizados", garantiu.

O ministro, por sinal, reforçou que deve sair a qualquer momento a medida provisória que vai permitir a suspensão dos contratos de trabalho e o corte de salário durante a crise. A regulamentação que vai permitir o pagamento dos R$ 600 também está sendo finalizada, segundo Guedes.
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