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Fábrica de álcool irregular é interditada em Paulista

Publicado em: 31/03/2020 16:02

Fábrica não tinha autorizações da Anvisa e da Prefeitura de Paulista. (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.)
Fábrica não tinha autorizações da Anvisa e da Prefeitura de Paulista. (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.)
Uma fábrica clandestina de álcool foi interditada na manhã desta terça-feira (31), em Paulista, Região Metropolitana do Recife. O estabelecimento, que não possuía licenças da Vigilância Sanitária ou do Corpo de Bombeiros, funcionava no bairro do Nobre e produzia álcool líquido 70% e álcool em gel - produtos em destaque pela pandemia do novo coronavírus. Segundo a Vigilância Sanitária municipal e estadual, o material irregular era revendido em todo o estado.

A história chegou até as autoridades por meio de denúncias. “Um dos denunciantes comprou em uma farmácia e achou estranha a viscosidade do álcool. Disse que tentou tocar fogo, para ver se pegava, e não pegou”, conta o coordenador de fiscalização do Procon de Paulista, Edi Cordeiro. Diante das queixas, equipes do Prefeitura de Paulista, do 17º Batalhão da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram até o estabelecimento verificar o caso.

O proprietário do local alegou que já tinha solicitado as licenças para funcionar, mas a fiscalização não encontrou nada que comprovasse isso. “Ele disse que vendia como álcool líquido comum e álcool de queima, para restaurantes. Negou que vendeu para farmácias, mas como a gente já encontrou o produto em farmácias e há muitas denúncias, não tem como garantir que não revendia”, explica a coordenadora da Vigilância Sanitária de Paulista, Edleuza Maria de Jesus.

O material era transportado em uma kombi e em um veículo vermelho, que se assemelha a uma ambulância. No momento da fiscalização, oito funcionários trabalhavam no fabrico do álcool, em condições consideradas insalubres e incompatíveis com a função, segundo a coordenadora. Foram apreendidos diversos materiais, dentre eles 1.872 litros de álcool líquido 70%, 246 recipientes de álcool em gel de 5 litros e um tambor de 1.000 litros de álcool líquido 96%. 
Orientação da Apevisa é descartar o material. (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.)
Orientação da Apevisa é descartar o material. (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.)

“O local foi interditado de imediato e, depois, será emitida uma multa. O dono também irá responder a todas as penalidades previstas na legislação”, acrescenta Edleuza. A PM levou o dono e os funcionários para prestarem esclarecimentos na Delegacia de Paulista. 

O gerente-geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Maryson Bezerra, alerta a população para tomar cuidado com possíveis fraudes. “Temos informações de que esse produto estava sendo vendido em todo o território. A empresa não tem controle de qualidade, não tem boas práticas de fabricação. O produto pode ser danoso e quem adquiriu, deve descartá-lo”, adverte. Lojas que adquiriram o material para revenda podem, eventualmente, serem penalizadas.

“É difícil o consumidor identificar se um álcool é falsificado ou não. A rotulagem é muito atrativa e dá uma sensação que é verdadeiro. Na dúvida, faça uma consulta do nome da empresa no site da Anvisa ou da Vigilância Sanitária do seu município”, recomenda Maryson.

A reportagem tentou conversar com o proprietário da fábrica, que não quis se pronunciar. Também tentamos contato com o advogado do homem, Jorge Gustavo, mas até a publicação desta reportagem, não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para posterior manifestação.
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