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PANDEMIA

Coronavírus, a nova frente das redes sociais contra a desinformação

Por: AFP

Publicado em: 29/03/2020 12:04 | Atualizado em: 29/03/2020 12:10

 (Foto: Reprodução/Pinterest)
Foto: Reprodução/Pinterest


O Facebook e outras redes sociais sabiam que 2020, com as eleições presidenciais dos Estados Unidos, seria um ano difícil em termos de desinformação. A pandemia de coronavírus abriu outra frente, com consequências ameaçadoras à vida. 

A ameaça que se aproximava das eleições americanas de novembro havia sido identificada há muito tempo e as plataformas pareciam, até certo ponto, prontas para lidar com isso. No entanto, nada poderia prever o dilúvio de informações erradas, teorias da conspiração e falsas curas milagrosas que circulariam on-line à medida que a pandemia da covid-19 se espalha pelo mundo. 

"Sempre existe uma disparidade entre o que as pessoas pensam ser verdade e o que estão dispostas a compartilhar", disse à AFP David Rand, especialista em ciências cognitivas e do cérebro do MIT. 

Em outras palavras: os usuários de mídia social geralmente escolhem destacar o conteúdo com maior probabilidade de gostar e compartilhar amplamente, mesmo que não tenham certeza do seu nível de precisão. 

Portanto, as mensagens que os incentivam a se perguntar anteriormente sobre a veracidade desses conteúdos são fundamentais, acredita Rand, co-autor de um estudo publicado no início de março sobre desinformação sobre o novo coronavírus. 

Algo que as plataformas podem parecer relutantes em implementar por medo de "reduzir a qualidade da experiência do usuário".

A disseminação de informações falsas on-line pode ter consequências dramáticas. 

No Irã, um dos países mais atingidos pela pandemia, mais de 200 pessoas morreram de envenenamento por metanol após a circulação de rumores de que o consumo de álcool poderia ajudar a curar ou proteger o novo coronavírus, segundo a agência oficial da Irna. 

Cinzas vulcânicas, lâmpadas UV ou alvejantes, a lista de supostos remédios que podem ser perigosos está ficando mais longa. 

Para Jason McKnight, professor de medicina da Universidade A&M do Texas, a desinformação em torno do vírus representa dois perigos principais: "causar medo ou pânico" e "levar as pessoas a fazer coisas perigosas na esperança de curar ou prevenir a doença".

Mensagens preventivas
O Facebook anunciou em 18 de março que os conteúdos "autorizados" seriam exibido como uma prioridade nos tópicos do usuário: mensagens e vídeos da Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como de especialistas e celebridades. 

A primeira rede social do mundo também mencionou seu compromisso de combater a desinformação por meio de um programa de checagem de fatos (fact-checkers), do qual a AFP faz parte, que já rotulou como "falsos" cerca de 200 mitos e rumores sobre o coronavírus. 

O conteúdo falso ou impreciso é degradado nos tópicos de notícias, para que sejam menos visíveis e, se o usuário optar por compartilhar um deles, será exibida uma mensagem que explica em que consiste a informação incorreta. 

Um porta-voz do Facebook se recusou a comentar sobre a possibilidade de a plataforma publicar mensagens que incentivem as pessoas a pensar duas vezes antes de liberar uma publicação. 

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