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MINISTRO DA SAÚDE

"Comigo, ninguém vai viver sob tensão", diz Bolsonaro sobre Mandetta

Publicado em: 31/03/2020 19:46 | Atualizado em: 31/03/2020 20:03

 (Foto: Sergio LIMA / AFP)
Foto: Sergio LIMA / AFP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (31) que “ninguém vai viver sob tensão em seu governo”. A fala foi dita após ele ser questionado sobre uma eventual saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta do cargo.

“Comigo, ninguém vai viver sob tensão. Está bem o Mandetta”, apontou. Ao mesmo tempo, a claque que o aguardava na entrada do Palácio da Alvorada gritou e ironizou jornalistas presentes a respeito da pergunta.

Bolsonaro ainda voltou a falar sobre a entrevista concedida pelo diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus. Mais cedo, Bolsonaro tirou de contexto um trecho da reportagem. O presidente da OMS cobrou ontem (30) medidas do governo para os trabalhadores informais mais necessitados e voltou a reforçar sobre a importância do isolamento social.

Ainda durante a tarde desta segunda-feira (31), Tedros voltou às redes sociais para esclarecer seu posicionamento em duas mensagens por meio do Twitter. 

"Pessoas sem fonte de renda regular ou sem qualquer reserva financeira merecem políticas sociais que garantam a dignidade e permitam que elas cumpram as medidas de saúde pública para a Covid-19 recomendadas pelas autoridades nacionais de saúde e pela OMS", escreveu o diretor-geral da OMS.

 "Eu cresci pobre e entendo essa realidade. Convoco os países a desenvolverem políticas que forneçam proteção econômica às pessoas que não possam receber ou trabalhar devido à pandemia da Covid-19. Solidariedade", concluiu.

Questionado sobre o assunto na entrada da residência oficial, Bolsonaro rebateu: “Ele falou aquilo que eu venho falando há algum tempo. Só porque eu elogiei ele voltou atrás, é isso? Ele tem razão na fala dele, esse pessoal mais pobre, que vive na informalidade, não pode ficar isolado num canto, senão vai morrer de fome”, reforçou Bolsonaro.

O jornalista insistiu na pergunta sobre Tedros ter elogiado medidas de isolamento, ao que o chefe do Executivo respondeu: “É um direito dele, então ele voltou da volta”, ironizou.

Um dos apoiadores também cobrou Bolsonaro sobre a sanção do projeto de lei que estabelece um auxílio emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais para tentar amenizar os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus. A medida foi aprovada ontem (30) em votação pelo Senado. Segundo o texto, os valores serão pagos durante três meses, podendo ser prorrogados por conta da crise do Covid-19. Bolsonaro respondeu que a liberação ocorrerá o ‘mais rápido possível’ e que pode ser que saia ainda hoje.

“Estamos correndo atrás porque tem vetos que precisam ser analisados e justificados, não é só botar um ‘x’ não”, disse.

O presidente também comentou sobre o adiamento por 60 dias do reajuste de medicamentos no país. A medida será reavaliada após o fim do período. Ele disse que a mudança será de 4%.
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