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MERCADO FINANCEIRO

Após 5 semanas em queda, Bolsa tem maior alta semanal desde março de 2016

Por: FolhaPress

Publicado em: 27/03/2020 18:19 | Atualizado em: 27/03/2020 18:44

 (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Apesar da queda de 5,51% nesta sexta-feira (27), o Ibovespa acumulou alta de 9,5% na semana, o maior salto semanal desde março de 2016, quando a Bolsa brasileira subiu 18%, com notícias das delações premiadas do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e do ex-senador Delcídio do Amaral à Lava Jato.

À época, investidores precificaram um aumento na probabilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) com as delações.

Assim como em 2016, também contribuiu para a recuperação do mercado acionário nesta semana, após cinco semanas de queda, a melhora do cenário externo.

Há quatro anos, o preço do petróleo e do minério de ferro subiam e o emprego avançava nos Estados Unidos.

Nesta semana, porém, o minério de ferro caiu 1,3% e o petróleo despencou 8,6%, a US$ 24,65 o barril do Brent, o menor nível desde 2003. Já os Estados Unidos registraram recorde de 3,28 milhões de solicitações de benefícios de desemprego, dado o efeito do novo coronavírus sobre a economia, que pôs fim a 10 anos de expansão no nível de emprego no país.

O dado negativo levou investidores a precificarem novas medidas de estímulo por parte do governo. Nesta semana, o Congresso americano aprovou um pacote de US$ 2,2 trilhões - o maior da história dos EUA - proposto pelo governo de Donald Trump para tentar conter os efeitos do coronavírus sobre a economia.

A medida, combinada a ações de bancos centrais para elevar a liquidez e disponibilidade de crédito, levou Bolsas globais a se recuperarem na semana. Na quinta, Dow Jones e Ibovespa saíram, tecnicamente, do "bear market" (mercado do urso, numa tradução livre).

Entre analistas, a figura do urso é uma alusão ao movimento do mercado que derruba o preço dos ativos - ao contrário do touro "bull market", símbolo de Wall Street, que lança os preços para cima.

Uma Bolsa entra em bear market quando cai 20% abaixo do seu recorde recente e sai dele quando se valoriza 20% em relação à mínima recente.

Nesta sexta, porém, investidores venderam os papéis e embolsaram os ganhos da semana diante da incerteza do desenvolvimento do coronavírus.

"Nenhuma notícia super negativa no radar: é natural ver o mercado 'corrigir' parte de um movimento muito brusco. Após ele cair quase 50% em duas semanas, ele subiu 20% em 3 dias e, agora, corrige parte dessas altas. Ainda é muito cedo para dizer que as coisas melhoraram, mas o humor do final desta semana é bem melhor do que o de sexta passada", afirma Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos.

Nos Estados Unidos, Dow Jones caiu 4,06%, S&P 500, 3,37% e Nasdaq, 3,79%. Na Europa, o índice Stoxx 600 que reúne as maiores empresas da região, caiu 3,26%.

No Brasil, o Ibovespa cedeu 5,51%, a 73.428 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,695 bilhões.

A cotação comercial do dólar subiu 2,06%, a R$ 5,1030. O turismo está a R$ 5,2040 na venda. Na sessão, o Banco Central vendeu US$ 1,02 bilhão em dois leilões à vista para conter a alta da moeda, que chegou a R$ 5,13 na máxima do dia.

Na sexta semana de alta, período em que o dólar subiu 18,6%, a moeda americana acumulou valorização de 1,6%. No ano, a divisa sobe 27%, ficando R$ 1,08 mais cara.

Dentre emergentes, o real foi a quarta moeda que mais se desvalorizou na semana, atrás apenas da rupia indonésia, do peso argentino e do rand sul-africano.
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