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Caso Débora Dantas

Jovem escalpelada em kart volta a SP para continuar tratamento

Publicado em: 19/01/2020 16:20

Débora irá começar segunda etapa do tratamento. (Foto: Diogo Cavalcante/DP.)
Débora irá começar segunda etapa do tratamento. (Foto: Diogo Cavalcante/DP.)
A estudante Débora Dantas, escalpelada em um kart no estacionamento do Big Bompreço de Boa Viagem, em agosto de 2019, embarcou, na tarde deste domingo (19), para Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Ela irá iniciar a segunda etapa de seu tratamento nesta segunda-feira (20), após uma polêmica com o Grupo Big. Também neste domingo, Débora recebeu da rede varejista um novo lote de R$ 500 em medicações para aplicar nas pernas e cabeça, além de remédios para dores.

“Estou feliz. Agora vou seguir e continuar meu tratamento”, disse Débora à reportagem. Originalmente, ela deveria ter feito o primeiro procedimento dessa nova fase no último dia 6 - uma lipoenxertia e uma intervenção a laser. Mas a estudante afirmou, ao longo da semana, que o Big tentou suspender o custeio do tratamento. A empresa foi questionada pelo Procon de Pernambuco sobre a história, mas negou, sustentando que irá continuar pagando a terapia e seguirá monitorando o andamento dos cuidados prestados. 

Estresse
Ao longo dos últimos dias, Débora foi à imprensa denunciar que o Big teria deixado de custear o tratamento. O caso rendeu uma troca de farpas pública entre a rede de supermercados e a defesa da jovem. O ápice foi na sexta (17), quando o grupo divulgou nota com uma lista de pedidos feitos pela estudante, que incluíam o financiamento de curso de medicina em Harvard, casa nos Estados Unidos e 10 milhões de dólares. “Uma lista de pleitos que não guardam nenhuma relação com o acidente ou com a sua saúde”, disse a varejista.

Na tarde da mesma sexta, Débora explicou que fez a lista após ser induzida por uma funcionária do RH da empresa, durante uma conversa informal ainda enquanto estava hospitalizada em Ribeirão Preto. “É como se você chegasse em uma mesa para conversar com um amigo e dissesse ‘e aí, o que é que você quer?’. Eu não sou advogada, fiquei sem saber o que dizer”, alegou.

Durante uma coletiva de imprensa para tratar do assunto, Débora expôs conversas de WhatsApp com a funcionária do RH. Pelo material apresentado, após a virada do ano, a funcionária passou a orientar a jovem a resolver o assunto com a área jurídica da empresa, e não mais de forma direta, como estava sendo tratado.

Débora deveria ter embarcado para Ribeirão Preto no último dia 6 de janeiro. Mas na data em questão, a funcionária informou para ela conversar com o seu advogado. Segundo a jovem, a continuidade da terapia teria sido condicionada à assinatura de um documento em que ela abriria mão de direitos indenizatórios. Ela só voltou a receber mensagens em 15 de janeiro, quando a funcionária pediu o envio de um novo cronograma médico para emitir passagens.

Entenda o caso
O acidente com Débora aconteceu durante uma corrida de kart no dia 11 de agosto de 2019. Os cabelos da estudante foram puxados pelo motor do veículo, provocando o escalpelamento. Ela foi socorrida para o Hospital da Restauração (HR), no Recife, e dias depois foi transferida para o Hospital Especializado de Ribeirão Preto, no Interior de São Paulo. De lá para cá, passou por cirurgias para reconstituir o couro cabeludo. com enxertos de pele da coxa.
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