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Socioeducandos ajudam a manter horta na Funase do Cabo

Publicado em: 22/11/2019 12:42

Hortinha foi criada há um ano na Case do Cabo. (Foto: Divulgação/Funase.)
Hortinha foi criada há um ano na Case do Cabo. (Foto: Divulgação/Funase.)
Os internos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, contam com uma horta comunitária para aprender um pouco mais sobre a natureza. O espaço criado há um ano é desenvolvido como extensão das aulas de biologia. O cultivo inclui morango, pimentão, berinjela, beterraba e manjericão orgânicos, na maior unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Pernambuco

A horta funciona perto das instalações do anexo da Escola Estadual Luisa Guerra, dentro da unidade socioeducativa. Os alunos põem em prática aprendizados de sala de aula e também de ambientes externos. Nesta semana, por exemplo, quatro deles, que atuam como monitores, visitaram o Serta Glória do Goitá, espaço de referência em agroecologia no Brasil. Além de técnicas que podem aplicar no Case Cabo, os socioeducandos também conheceram possibilidades de caminhos profissionais nesse ramo.

“Todos os dias, eles participam do projeto na unidade, no contraturno da escola. Plantam coentro, vários tipos de pimentões e até couve-chinesa, que é mais rara. A ação é desenvolvida para que tenham contato com alimento limpo, totalmente orgânico, e para que trabalhem a convivência. Eles cuidam da horta, mas, na verdade, estão cuidando deles mesmos, trabalhando a questão do acolhimento”, explica a professora Ivaneide Crispim, que atua na Escola Estadual Luisa Guerra e é orientadora do projeto.

O jovem I.P.S., de 20 anos, passou mais de um ano ajudando na horta do Case Cabo até que teve a medida socioeducativa revista pela Justiça e pôde deixar a internação. Atualmente, mesmo em liberdade, ele coloca em prática o que aprendeu na própria residência, em Itamaracá, também no Grande Recife. “Saí da Funase, mas trouxe o que eu aprendi. Comecei plantando coentro lá em casa pra ver se a terra era boa. Depois, plantei tomate, couve, junto com meu cunhado. O espaço é pequeno, mas o contato com a terra me fez muito bem, tanto quando eu estava lá, como agora. Olho sempre na internet novas técnicas pra horta”, relata.

Para a coordenadora técnica do Case Cabo, Midian Borges, projetos como esse mostram o verdadeiro sentido de socioeducar, missão que está no nome da Funase. “Quando nos propomos a realizar o atendimento socioeducativo, buscamos oferecer alternativas aos adolescentes diferentes daqueles caminhos que os trouxeram para a instituição. Aqui, com esse projeto, eles têm o tempo ocupado fora dos pavilhões, além de ser algo que ajuda na escola, já que eles colocam em prática o que aprendem”, afirma.
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