registro de nascimento
O dia em que Thallyson passou a existir no mundo
Por: Silvia Bessa
Publicado em: 19/10/2019 14:58 | Atualizado em: 19/10/2019 15:10
Em matéria sobre a situação da criança no Nordeste publicada no Diario no final de semana passado com base em estudo da Fundação Abrinq/SP, a mãe de Thallyson, Taciana do Carmo Lima, contava o quanto era triste ver o filho sendo chamado de “burro” pelos amigos e sem contar com direitos básicos. “Estou muito feliz com tudo isso”, desafabou a mãe, na quinta-feira passada, quando o documento do filho foi liberado. “Só falta ele conseguir uma vaga para a escola”, dizia.
O juiz Clicério Bezerra explicou que é comum chegar crianças com pedido de registro de nascimento tardio, mas o problema costuma ser resolvido administrativamente de maneira mais rápida. O caso de Thallyson, segundo ele, teve uma
peculiaridade. Na declaração de nascido vivo dada pela maternidade, o nome da mãe do garoto foi grafado errado e o equívoco exigiu um processo judicial para sair a certidão.
Na entrega do documento, Bezerra lembrou a Thallyson que, a partir daquele momento, ele “está começando o exercício da cidadania, começando a ter direitos e deveres”. Quando ouviu a mãe relatar que o pai de Thallyson pretende reconhecer a paternidade dele, o juiz fez questão de contar a sua história pessoal e dar incentivo ao menino. “Vou dar um conselho usando como exemplo a minha vida pessoal. Também tive dificuldades na infância e adolescência porque não fui criado com a figura paterna. Até os 20 anos era considerado filho de mãe solteira. Graças a Deus, meu pai já reconheceu (ele é falecido) e isso não influenciou na minha vida”, pontuou. “Eu consegui êxito profissional e pessoal porque hoje tenho minha família constituída”. Antes de apertar a mão do garoto, o juiz desejou, com os olhos marejados, “que seja este o destino de Thallyson”.
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