Ciclofaixa do Eixo Monumental ainda não tem segurança adequada para ciclistas
Transitar com o veículo na área é infração gravíssima, punida com sete pontos na carteira e multa de R$ 880
Após quatros anos da inauguração das ciclofaixas do Eixo Monumental, os ciclistas ainda enfrentam dificuldades para pedalar com segurança nas vias destinadas a eles. A reportagem flagrou carros transitando nas faixas reservadas às bicicletas na manhã desta Sexta-feira Santa (14/4). As bikes têm exclusividade no local nos domingos e nos feriados, das 7h às 16h, mas, com a falta de proteção, o movimento ainda é pequeno. A maioria dos ciclistas opta pela ciclovia construída logo ao lado.
No início da adaptação à ciclofaixa, a via era cercada por cones que garantiam a segurança do ciclista. Hoje, a maior parte da pista não tem cones nem placas que auxiliam na sinalização. O advogado Luís Felipe Cavalcante, 45 anos, pratica o ciclismo desde 2005 e diz que utiliza pouco a faixa. “No início, até que havia um respeito, por causa da fiscalização, mas com o tempo isso foi ficando relaxado. Atualmente, é comum ver carros nela”, relata.
Para Luís, o compartilhamento das vias entre veículos e bicicletas enfrenta dois grandes problemas. O primeiro é a falta de campanhas promovidas pelo governo sobre a legislação que trata da divisão das pistas entre ciclistas e motoristas. Um exemplo do problema citado por ele é a falta de placas informativas sobre a distância mínima de 1,5m que o carro deve manter do ciclista, como cita o artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Já Alexandre Santos, 28 anos, diz que utiliza tanto a ciclovia e a ciclofaixa. O bancário afirma que nunca teve problemas com a segurança das pistas. “Normalmente, não tem cones cercando, mas não tenho medo que ocorra algum acidente”, afirma. Alexandre já chegou a utilizar a bicicleta como meio de transporte. Hoje, o uso é somente para o lazer. “Ainda falta espaço nas ruas de Brasília. Sinto falta de uma ligação entre as quadras da Asa Sul e da Asa Norte. Muitas vezes, temos que passar pelas passagens subterrâneas e corremos o risco de perder a bicicleta”, critica.
Questionado pela reportagem, o Detran não havia respondido até a publicação desta reportagem.
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