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Quarteto fantástico
Evento na sede dos Jogos marca o anúncio dos primeiros participantes do revezamento da tocha, em maio. Professora radicada em Minas e medalhista Nalbert estão entre eles
O primeiro a conduzir por 200 metros o símbolo olímpico será o ex-ponteiro Nalbert, campeão olímpico com a Seleção Brasileira de Vôlei em Atenas’2004 (participou de duas outras edições dos Jogos, em Atlanta’1996 e Sydney’2000). A seu lado estarão a professora de edução física Lara Castro, a primeira brasileira a participar desse tipo de evento, em Barcelona’1992, quando ganhou um concurso de redação. Embora seja carioca, ela vive em São Lourenço, para onde foi quando casou-se pela primeira vez. Lá dá aulas na Escola Estadual Mário Junqueira e no curso de línguas CCI. “Já sou mineira. Não quero mais sair da cidade.”
O terceiro nome é de Gabriel Rocha, que sofre de paralisia cerebral, e compete em maratonas, ajudado por seu pai, Rodrigo, que pedala empurrando uma cadeira de rodas especial. Por último, o pernambucano Jobson Júnior, que é o protagonista do novo anúncio da Coca. Ele é praticante de artes marciais e no filme, que tem direção do renomado Bryan Buttler, diretor dos filmes da NFL, nos EUA, contracena com o urso polar, que se muda para o Rio só para viver a Olimpíada brasileira.
Recordações Foi um dia especial e de emoção para Nalbert, hoje comentarista de televisão. O ex-jogador confessou um amor pelo Minas Tênis, Belo Horizonte e pelo estado. “Fui para o Minas com 18 anos. Praticamente me profissionalizei lá, em 1992. Joguei lá por dois anos e foi o clube que me deu oportunidade de me transformar no que fui como jogador. Morro de saudades da cidade, do clube.”
Nalbert contou que chegou ao MTC cheio de sonhos. “Sou e sempre fui um apaixonado pelo que faço. Sonhava muito no início da carreira, mas tudo aconteceu muito rápido. Até mais do que podia esperar. Comecei e terminei a carreira profissional no Minas.” E contou que sofre de uma dor na carreira. “Em 2005, fui campeão da Superliga, jogando pelo Banespa, contra o Minas, no Mineirinho. Confesso que preferia ter vendido jogando pelo Minas. Mas o destino quis assim. Acredito que a torcida mineira entendeu a situação. Não tiveram uma reação contra mim.”
Em 2007 o jogador decidiu parar e confessa que, para ele, foi muito tarde. “Eu devia ter parado em 2005, mas preferi continuar. A cabeça não acompanhava mais o corpo. Eu tinha a leitura do jogo certinha, mas o corpo não acompanhava. Tinha muitas dores. Lutava contra isso. Mas não me arrependo de nada. Deixei uma imagem legal. Tive atitude. Tive e tenho uma conduta especial, não só como atleta. Hoje levo uma outra vida, mas tenho o mesmo jeito, a mesma filosofia.”
* O repórter viaja a convite da Coca-Cola
Ação de R$ 14 bi
Parceira do movimento olímpico desde os Jogos de Amsterdã’1928, a Coca-Cola investiu no Brasil, no quadriênio 2012/2016, R$ 14,1 bilhões para apoiar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Desde a Olimpíada de Barcelona’1992, a multinacional de bebidas apadrinhou a chamada ‘Corrida da Tocha’, que deu, à professora Lara Castro, a chance de ser a primeira brasileira a conduzir o símbolo olímpico. “Até então, só os cidadãos do país que sediava o evento participaavam desse revezamento. Decidimos mudar isso. No Brasil, fizemos um concurso de redação para escolher quem teria o privilégio”, explica Flávio Camelier. Ele estima, entre um e um milhão e meio de pessoas, o público envolvido em cada dia do revezamento. “Por aí, dá para medir a grandeza desse evento que antecede os Jogos.”
Inspeção termina com elogios
Os integrantes do Comitê de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos Olímpicos Rio’2016 encerraram ontem a inspeção de dois dias sobre o andamento das obras para o evento do ano que vem e consideraram a evolução do trabalho muito satisfatória, elogiando o empenho da prefeitura da Cidade Maravilhosa e do Comitê Organizador.
Segundo o suíço Christophe Dubi, diretor de eventos do órgão olímpico, a visita o deixou impressionado. “Vejo avanços da organização e pelo que pudemos perceber, está tudo dentro do previsto. Não temos dúvida que o cronograma de obras será cumprido à risca. Creio que o Brasil terá muito do que se orgulhar.”
A ex-velocista marroquina Nawal El Moutawakel, presidente da Comissão de Coordenação dos Jogos, abordou as críticas, em especial dos EUA, sobre a Baía da Guanabara e sua água. “Não vejo a qualidade da água como um problema. Temos a certeza que está irá melhorar ainda mais, principalmente porque estão sendo realizadas ações com este objetivo. Acreditamos que tudo estará muito melhor no período de 15 a 22 desse mês, quando acontecerá mais um evento-teste de vela.”
A dirigente chegou a propor um “mergulho coletivo” nas proximidades dos Jogos, acreditando que, apesar da impossibilidade de cumprir as metas de despoluição estabelecidas com o COI, a qualidade da água que receberá os atletas da vela e da maratona aquática estará em conformidade com o evento. De agora em diante, a frequência das visitas de inspeção será aumentada – a próxima está prevista para novembro. As principais preocupações dizem respeito à evolução das obras do campo de golfe, uma das últimas instalações olímpicas a ter a construção iniciada.