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Novo álbum da banda Eddie é um carnaval fora de época

Em paralelo à iminência das prévias carnavalescas, com ensaios e cortejos realizados de setembro e novembro, Carnaval Chanson, primeiro disco de faixas não-inéditas da banda Eddie, emerge como uma declaração de afeto à tradição, ao trazer releituras contemporâneas de melodias clássicas do carnaval pernambucano. Antes da disponibilização nas plataformas digitais, agendada para terça-feira (11), o público presente no Paço do Frevo, na última quinta, conheceu as 13 canções em uma sessão especial, comandada por DJ Urêa e Fabio Trummer.

O décimo álbum da Eddie é integralmente devoto à época momesca, mas transcende suas amarras. “Às vezes parece Jovem Guarda, em outras o pop do The Cure no final dos anos 80”, indica o vocalista e guitarrista Fabio Trummer ao Viver. No compasso do frevo, ou no ritmo cadenciado da marchinha em andamento romântico, “é trilha sonora para a festa de rua e de salão", antecipa o escritor Xico Sá. Trummer explica que a roupagem rítmica das músicas foi remodelada, dando prioridade às letras ofuscadas pelo frenesi. “A gente puxou o ritmo para trás e demos prioridade à canção”.

Carnaval Chanson tem as participações especiais de Isaar e Karina Buhr

É uma estrutura que segue os padrões do disco Original Olinda Style (2003), que é amplamente aclamado pelo público e crítica. “Contamos uma história e, quando você menos espera, acabou. Aí é preciso voltar pro começo e escutar de novo.”, diz Trummer. Carnaval Chanson também coincide com o vigésimo aniversário do álbum dedicado à experiência de vida olindense. Com mais oito álbuns produzidos, o artista enxerga uma evolução significativa no processo criativo do grupo. “Em 2003, a gente identificava nosso diferencial, mas não o tinha sob controle. Desde então, nós adquirimos o controle da nossa diversidade”.

Fabio Trummer rejeita o termo "musicista" para definir a Eddie

“Não somos musicistas”, afirma Trummer sobre a Eddie. De acordo com o cantor, a flexibilidade da banda traça uma fronteira que impede a criação de hits carnavalescos. “O carnaval e suas tradições impõem regras. A gente costuma fugir dessas regras no samba, rock ou frevo”, declara. Até por serem (músicas) conhecidas, correm o risco de não entrar na calçada da fama do carnaval. Em compensação, vamos nos concentrar em entrar em todas as outras calçadas.”

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