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LITERATURA

Cerimônia de abertura da Bienal Internacional do Livro de São Paulo celebra a força democrática da cultura

Publicado em: 03/07/2022 13:07 | Atualizado em: 03/07/2022 14:55

 (Foto: Divulgação.)
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Em solenidade marcada pela valorização da cultura como o bem principal da democracia, da diversidade e da liberdade, teve início oficialmente a 26ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no último sábado (2). A cerimônia, que aconteceu no teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, começou com o concerto da orquestra Mundana Refugi, grupo que reúne músicos e cantores brasileiros e de diversos países do mundo (Síria, Tunísia, Guiné, Chile, Palestina, Congo, entre outros) para interpretar clássicos como As caravanas, de Chico Buarque, e Canto das três raças, icônica na voz de Clara Nunes, numa celebração à data da independência do Brasil da Bahia.
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Ao fim das apresentações da orquestra, discursaram os principais convidados da noite. O primeiro a falar foi o diretor do Sesc-SP, Danilo Miranda, sociólogo e pensador que enalteceu a importância da língua para a preservação das nossas memórias, destacando a força dela para unificar uma nação. Também se pronunciou o secretário municipal de educação de São Paulo, Fernando Padula Novaes, que considerou a cidade paulista a mais portuguesa fora de Portugal, país homenageado na edição deste ano, e enalteceu o recorde na venda de ingressos antecipados (280% a mais do que a última edição), ressaltando a força deste momento de retorno aos eventos presenciais e a importância do livro no processo. 
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O presidente da Câmara Brasileira do Livro, Vitor Tavares, discursou em tom bem-humorado, contando toda a história da oficialização do acordo de homenagem a Portugal desde o começo. "Conversei com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e ele me falou de sua enorme biblioteca com mais de 60 mil exemplares, que ele tinha acabado de doar, e, como livreiro que sou, entreguei a ele outros livros, os quais ele me falou que iria levar à sua segunda biblioteca. Eu, então, disse a ele que aqui, com a Bienal, nós temos uma biblioteca ainda maior, com mais de três milhões de livros.
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Ele também aproveitou a ocasião para manifestar sua luta contra a taxação dos livros no país e falou da importância de o povo valorizar a existência de livrarias, enfatizando o problema dos descontos agressivos que desvalorizam o trabalho dos autores, das editoras e dos livreiros. "O Brasil ainda é um país que lê pouco, principalmente se compararmos com a imensa quantidade de obras produzidas no país inteiro. Temos que valorizar e frequentar livrarias, principalmente após uma crise tão fort provocada pela pandemia", completou.
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Em aguardado discurso de fechamento da cerimônia, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou as origens do seu imenso apreço pela literatura e destacou a força dos livros para a manutenção de uma sociedade plural e democrática. "Minha mãe era uma assistente social de esquerda e meu pai era um médico de direita. Ambos tinham uma coisa em comum: liam e escolhiam livros e isso fazia a diferença. Eles falavam sobre os livros todo os dias, no almoço e no jantar", relembrou. "É possível um presidente ser de direita e ter um governo de esquerda. A cultura é a saída mais transformadora e duradoura da pobreza. É a cultura que permite a liberdade de expressão, o direito à crítica, o respeito do princípio de que não há duas pessoas iguais. Todos somos iguais, mas também todos diferentes”, disse, sob aplausos.
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O presidente português ainda comentou a potência cultural que o Brasil sempre foi e citou como a extensa obra  concluiu sua fala afirmando que que a vida deve ser vivida de maneira apaixonada, e reafirmou sua paixão pela leitura. "Quero ser lembrado não como um chefe de estado. Os cargos que ocupamos são passageiros, o importante é viver com paixão e eu sempre fui um apaixonado pelos livros."
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