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Pianista Bruno Hrabovsky homenageia o Queen em concerto no Teatro Santa Isabel

Está voltando ao Recife, nesta sexta-feira (27), o instrumentista curitibano Bruno Hrabovsky com seu espetáculo "Rock ao Piano", que, desta vez, adapta para o instrumento os sucessos da banda icônica Queen. O concerto será no Teatro Santa Isabel às 20h e os ingressos podem ser comprados através do site Guichê Web.


No projeto anterior, de 2019, eram mais de 10 músicas de diversas bandas icônicas do rock, tais como os Beatles e Metallica, além do próprio Queen. O que te motivou a focar apenas nesta última banda (Queen) para este novo show?  
Até hoje, a única banda à qual eu já tinha dado destaque tinha sido o Pink Floyd: já tenho duas edições de um concerto tocando uma música de cada álbum de estúdio desta que é, sem dúvida, minha maior influência. Desde então, pensei em vários outros projetos focados... principalmente Led Zeppelin ou Black Sabbath, mas ainda não encontrei um formato que me convencesse para os arranjos. São projetos que provavelmente farei algum dia no futuro junto com violino ou violoncelo. Aí, passei a prestar mais atenção no Queen, e vi o quanto um concerto dedicado a eles seria rico, até pela história incrível da banda. Comecei a elaborar o setlist no final de 2019, mas ele só pôde estrear em 2022 devido à pandemia. 

Além da professora Luciana Bissi, como quem você estudou piano desde a infância até a idade adulta – ou seja, dos 6 aos 22 anos – que outros artistas ou influências mais te marcaram na sua formação e na carreira?  
Aos 22 anos eu parei minhas aulas com a Luciana, mas acabei retomando em 2014, logo após iniciar as turnês, bem pra me reaproximar do estudo técnico. Mantive essas aulas até ano passado, e hoje estudo junto ao Vinícius Fabri, que tem me auxiliado enormemente a corrigir questões técnicas, vícios antigos, etc. Eu não acompanhava muitos pianistas, mas isso vem mudando ultimamente. No universo erudito, hoje, sem dúvida a pessoa que mais me fascina é Martha Argerich... mas acho que o único pianista que eu realmente acompanho mais a fundo é o Jordan Rudess, do Dream Theater. Claro que também não deixa de ser uma influência a pianista ucraniana Vika Yermolyeva, que eu trouxe sozinho ao Brasil em 2019. Ela é o maior nome que existe no mundo criando arranjos de Rock para o piano... mas na verdade eu assisto poucos vídeos dela, geralmente de músicas que eu sei que não iria tocar, justamente pra não influenciar tanto minhas próprias versões. Quando crio meus arranjos, quero pensar apenas na música original. 

Se o concerto anterior (Do Rock ao Piano) virou disco pelo selo Tratore, você também pretende gravar e lançar um CD independente apenas com este repertório dedicado ao Queen?  
A ideia para o segundo CD é gravar um álbum duplo com o projeto do Pink Floyd, mas, como estúdio é algo caro, ainda não sei quando isso irá acontecer. Ano passado flertei com a ideia de gravar um álbum autoral, cheguei a lançar uma única faixa como single, mas é algo que também segue em suspenso. Mas a vida é longa, tenho certeza de que algum dia o projeto do Queen também ganhará seu devido registro. 

Como manter este peso característico do rock, mesmo em versões tocadas em um instrumento acústico, que é o piano?  
O piano é um dos, senão o instrumento mais completo que existe. Há bastante espaço para peso nele, só ver algumas gravações de Liszt ou Prokofiev. Então, a meu ver, descer a mão nos riffs do Rock e do Metal é algo que se encaixa perfeitamente em algo que o instrumento sempre esteve disposto a fazer. Acho que a ideia do piano ser algo suave é algo que nos ocorre meio na inércia, uma imagem formada não sei onde, não muito condizente com o que o piano é de verdade.

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