Com o objetivo de democratizar a oportunidade de formação em artes cênicas para pessoas negras de Pernambuco, sobretudo nas cidades do interior, o projeto TEATRO%2bPRETO está com inscrições abertas para oficinas virtuais gratuitas até o dia 25 de fevereiro (quinta-feira). Com incentivo da Lei Aldir Blanc no estado, as aulas de introdução à linguagem da cenografia teatral (com Victor Lima, de 1 a 5 de março), de iluminação cênica (com Dara Duarte, de 8 a 12 de março) e de produção cultural (com Ivo Rafael, de 15 a 19 de março) serão ministradas de forma acessível por profissionais formados, qualificados e atuantes na área. Os encontros formativos serão realizados pelo aplicativo de videoconferência Zoom, sempre das 19h às 21h. Cada oficina conta com 40 vagas.
As inscrições podem ser realizadasclicando aqui. O resultado será divulgado por e-mail e também no Instagram do projeto (@teatromaispreto). Residentes da Região Metropolitana do Recife também podem se inscrever, mas 70% das vagas são destinadas a moradores da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão do estado. Cada encontro formativo terá duração de cinco dias, com 2 horas-aula (totalizando uma carga horária de 10 horas-aula). Serão emitidos certificados para aqueles que obtiverem, no mínimo, 75% de presença na oficina escolhida. É possível que um mesmo interessado realize todas as oficinas. No entanto, é necessário se inscrever em cada curso desejado.
Além de introduzir os interessados nos elementos que compõem o universo teatral, a formação proposta busca promover debates sobre a negritude nas artes cênicas de Pernambuco, contribuindo com a luta antirracista e promovendo o intercâmbio entre os interessados nessas áreas em diferentes regiões do estado. O projeto tem como público alvo pessoas autodeclaradas negras, acima de 16 anos, que desejam iniciar ou aprofundar seus estudos na linguagem das artes cênicas. Os cursos podem interessar a estudantes de artes cênicas, artistas, produtores, técnicos, iluminadores, cenógrafos, fotógrafos e designers. Continua após a foto.
Os ministrantes Victor Lima, Dara Duarte e Ivo Rafael
"Esse projeto também tem como base as vivências artísticas dos integrantes que compõem o projeto e as problemáticas identificadas ao longo de suas trajetórias profissionais, principalmente a escassez de pessoas negras no fazer e no pensar artístico nas artes cênicas em Pernambuco", explica Alírio Assunção, responsável pela idealização e coordenação do projeto. "Os artistas e produtores negros foram muito prejudicados pela crise da pandemia. Sem sua única fonte de renda, muitos abandonaram a área artística. Até mesmo aqueles que conseguiram o auxílio emergencial interromperam seus processos de formação, pesquisa, capacitação e de produção."
Em relação ao enfoque em moradores do interior, o coordenador aponta uma necessidade de descontinuar o que denomina de "êxodo artístico". "Existe um movimento de migração dos artistas do interior para a capital do estado em busca de melhorias nas condições profissionais e educacionais. O projeto também visa facilitar a comunicação entre os que se interessam pelos elementos visuais do espetáculo e pela produção cultural no interior para criar uma teia de relações e troca de vivências artísticas com os artistas negros do estado", diz Alírio Assunção.